Empresário acusado de matar gari nega autoria em entrevista: 'Não atirei'
Preso desde agosto, Renê Júnior afirma que vítima pode ter sido atingida por uma bala perdida durante discussão no trânsito.
O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, acusado de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes em 11 de agosto, negou a autoria do crime em entrevista exclusiva à Record TV. Preso no Presídio de Caeté, na Grande BH, ele afirmou estar com a consciência tranquila e disse que não pedirá desculpas por algo que não fez.
Durante a conversa com o jornalista Roberto Cabrini, exibida no "Domingo Espetacular", Renê Júnior admitiu estar armado e ter passado pelo local do crime, mas negou ter disparado. A versão apresentada pelo Ministério Público de Minas Gerais aponta que ele atirou no gari após uma discussão no trânsito.
Defesa fala em "incidente" e "bala perdida"
O acusado descreveu o episódio como um "incidente" e sugeriu que uma bala perdida pode ter atingido a vítima. "O incidente pode ter acontecido. Até onde eu posso dizer, por causa do processo e orientação dos advogados, posso admitir que aconteceu um incidente (...). O que provavelmente aconteceu foi um acidente com a vítima: uma bala perdida", relatou.
Questionado sobre ter deixado o local após a morte do gari, Renê se defendeu afirmando que foi embora porque não era culpado. Ele manteve sua rotina normal no dia, indo trabalhar e para a academia, atitude que justificou: "Eu não poderia mudar a minha rotina por algo que eu não fiz".
Testemunha contradiz versão do acusado
A principal testemunha do caso, o gari Thiago Rodrigues Vieira, que trabalhava com Laudemir, afirmou à reportagem não ter dúvidas sobre a autoria. "Nem parou. Atirou e foi embora", disse. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) havia confirmado, em 19 de agosto, que o empresário confessou o crime, versão da qual ele agora voltou atrás.
As investigações apontam que a discussão começou com um caminhão de lixo que supostamente bloqueava a rua. Testemunhas relataram que Renê ameaçou a motorista do veículo e, quando a equipe de garis saiu em defesa dela, ele sacou a arma e atirou contra Laudemir, que morreu no hospital.
Arma do crime pertence à delegada esposa do acusado
Durante as investigações, a polícia apreendeu a arma da esposa de Renê, a delegada da Polícia Civil Ana Paula Lamego Balbino Nogueira. A perícia confirmou que se tratava da mesma pistola utilizada no crime. Imagens de câmeras de segurança registraram todo o trajeto do acusado após o ocorrido, incluindo sua ida à academia, onde foi preso em flagrante.
Em agosto, o advogado de defesa informou que Renê Júnior demonstrava arrependimento e estaria "muito abalado", cogitando um pedido de desculpas à família da vítima. Na entrevista atual, no entanto, o empresário foi enfático: "Não posso pedir desculpa porque eu não atirei".
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