Incêndio em Hong Kong deixa 55 mortos e centenas de desaparecidos
Bombeiros continuam buscas em complexo residencial onde chamas consumiram sete dos oito edifícios
Um incêndio de grandes proporções no complexo residencial Wang Fuk Court, em Tai Po, Hong Kong, já causou 55 mortes e deixou centenas de desaparecidos. O fogo começou na tarde de quarta-feira (26) e continua ativo em três das oito torres do conjunto habitacional, segundo informações das autoridades locais.
Mais de 900 pessoas buscaram abrigo temporário durante a noite, enquanto 61 vítimas recebem tratamento hospitalar - 15 em estado crítico e 27 em estado grave. O Corpo de Bombeiros de Hong Kong confirmou a morte de um de seus integrantes, encontrado com queimaduras no rosto após perder contato com a equipe.
Três presos por homicídio culposo
A polícia prendeu três homens sob suspeita de homicídio culposo em conexão com o incêndio. Os detidos são diretores e um consultor de engenharia da Prestige Construction & Engineering Company, responsável pelas reformas no complexo. "Temos motivos para acreditar que os responsáveis pela construtora foram extremamente negligentes", afirmou Eileen Chung, superintendente sênior da polícia.
As investigações apontam que materiais inflamáveis deixados durante trabalhos de manutenção causaram a propagação rápida das chamas. A polícia encontrou isopor - material altamente inflamável - fixado nas janelas perto do hall do elevador da única torre não afetada.
Condições dificultaram combate às chamas
O incêndio começou no andaime externo de uma torre de 32 andares e se espalhou pelos andaimes de bambu e telas de proteção. Os bombeiros enfrentaram dificuldades para controlar as chamas devido às altas temperaturas e ventos que espalharam o fogo entre os edifícios.
Derek Armstrong Chan, vice-diretor de operações do corpo de bombeiros, explicou que "a temperatura no local está muito alta e há alguns andares onde não conseguimos entrar em contato com as pessoas que pediam ajuda".
Falta de alarmes e resgate comunitário
Moradores relataram que não ouviram alarmes de incêndio e precisaram alertar vizinhos batendo de porta em porta. "Tocando campainhas, batendo nas portas, alertando os vizinhos, dizendo para eles saírem - era assim que a situação estava", contou um morador de sobrenome Suen.
Lawrence Lee aguardava notícias de sua esposa, que ficou presa no apartamento quando o corredor e as escadas ficaram tomados pela fumaça. Voluntários organizaram postos de socorro improvisados para ajudar desabrigados e bombeiros.
Maior tragédia em décadas
Este é o pior incêndio em Hong Kong desde novembro de 1996, quando 41 pessoas morreram em um prédio comercial em Kowloon. O governo local determinou inspeção imediata em todos os conjuntos habitacionais em obras e anunciou a eliminação gradual de andaimes de bambu em projetos públicos.
O consulado indonésio confirmou que duas das vítimas eram trabalhadoras domésticas migrantes do país. O presidente chinês Xi Jinping expressou condolências às vítimas, incluindo o bombeiro morto em serviço.
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