A JBS está prestes a se tornar a primeira empresa brasileira do setor de alimentos a ter ações listadas na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), a partir de 12 de junho de 2025. A aprovação pela CVM permite a dupla listagem simultânea na NYSE e na B3 brasileira, um feito inédito que incluirá a companhia no prestigiado índice S&P 500.
Com 280 mil colaboradores globais, a JBS iniciou como pequeno açougue no interior de Goiás e transformou-se na maior processadora de proteínas animal do mundo. A inclusão no S&P 500 - que reúne as 500 maiores empresas globais - dará acesso a novos investidores e fontes de financiamento, com potencial para aumentar significativamente sua capitalização de mercado.
Trajetória familiar
Em entrevista à CNN, o empresário Wesley Batista destacou os valores familiares como base do sucesso: "Começamos com meu pai, minha mãe e meu irmão, construindo com trabalho duro o que hoje é uma empresa global". A história da família Batista será incluída no currículo de Direito Econômico da PUC-SP como caso de estudo.
Analistas apontam que a listagem na NYSE exigirá maior transparência nos padrões de governança corporativa, especialmente em critérios ESG (ambientais, sociais e de governança). A empresa já anunciou medidas para reforçar essas práticas diante do novo patamar de visibilidade internacional.
Impacto para o Brasil
Especialistas enxergam o feito como um marco para a economia brasileira. "A JBS prova que empresas nascidas no Brasil podem competir em igualdade com gigantes globais", afirmou Ricardo Sayeg, professor de Direito Econômico da PUC-SP. A companhia será a primeira do país a integrar o S&P 500, índice que reúne gigantes como Apple e Microsoft.
O movimento ocorre em meio a desafios, incluindo críticas sobre práticas ambientais e concorrência acirrada no mercado global de proteínas. A empresa mantém operações em mais de 20 países e faturamento anual superior a US$ 70 bilhões.