Horas. Foi esse o intervalo entre o retorno esperado de Amanda Borges da Silva ao Brasil e o momento em que seu corpo foi encontrado em um quarto de hotel no Japão. A jovem goiana, de 30 anos, deveria estar embarcando de volta ao seu país quando algo interrompeu tragicamente seus planos — e a sua vida.
Amanda estava hospedada em um hotel próximo ao Aeroporto de Narita, em Tóquio. Seu voo estava marcado para quinta-feira, 1º de maio. A ideia era retornar ao Brasil após passar quase dois meses no Japão. Mas, antes que isso acontecesse, um incêndio foi registrado no quarto onde ela estava. E ela jamais saiu de lá.
A informação foi confirmada por James Fernandes, amigo próximo da jovem. Segundo ele, Amanda havia se preparado para deixar o país e estava “pronta para voltar”. O que teria acontecido entre a noite anterior e a madrugada do embarque ainda é um mistério.
De acordo com a emissora pública japonesa NHK, um homem do Sri Lanka foi preso, suspeito de ter deixado o local sem controlar o incêndio. Apesar da prisão, as autoridades japonesas ainda investigam as causas exatas da morte de Amanda e se há envolvimento direto do suspeito no óbito. O quarto carbonizado levanta mais perguntas do que respostas.
O Ministério das Relações Exteriores informou que o Consulado-Geral do Brasil em Tóquio está acompanhando o caso e prestando assistência à família. A Prefeitura de Caldazinha, cidade natal de Amanda, lamentou a perda da jovem, destacando seu brilho, seus sonhos e seu legado acadêmico.
Formada em Letras e mestra em Linguística pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Amanda era pesquisadora e morava em São Paulo. Nas redes sociais, amigos lembraram com carinho de sua inteligência, seu bom humor e sua paixão por Fórmula 1 — inclusive registrando fotos recentes no GP do Japão.
O caso repercute entre brasileiros no Japão e em todo o Brasil, especialmente pela sensação de que “faltava tão pouco”. Amanda estava prestes a voltar para casa. O voo que a esperava jamais a recebeu. E agora, sua família aguarda, em luto, a chegada do corpo para o último adeus.
As autoridades seguem investigando o que de fato aconteceu naquela noite. Enquanto isso, amigos e familiares tentam compreender como, em questão de horas, tudo mudou.