Leões matam tratador durante apresentação para turistas em zoológico
Funcionário foi atacado por dois felinos após adentrar área de segurança para recuperar objeto; público presenciou cena de horror.
Um tratador de 45 anos morreu após ser atacado por dois leões durante uma apresentação para turistas no Zoológico Municipal de São Paulo na tarde desta quarta-feira (15). O incidente ocorreu por volta das 14h30, quando o funcionário, identificado como Carlos Alberto Mendes, adentrou uma área de segurança para recuperar um objeto que havia caído no recinto dos felinos.
De acordo com testemunhas e a direção do zoológico, cerca de 30 visitantes, incluindo crianças, assistiram à cena de horror. Os animais, um casal de leões-africanos chamados Simba e Nala, atacaram o tratador assim que ele entrou no espaço restrito. A equipe de emergência do local foi acionada imediatamente, mas não conseguiu intervir a tempo.
Falha no protocolo de segurança levou à tragédia
Investigadores preliminares apontam que houve uma violação clara do protocolo de segurança. "O acesso à área dos animais de grande porte só é permitido com a retirada prévia dos felinos para um recinto de contenção e com a presença de pelo menos dois funcionários. Nenhuma dessas medidas foi tomada", afirmou em coletiva de imprensa o diretor do zoológico, Dr. Roberto Silva.
Carlos Alberto Mendes era funcionário do local há 12 anos e era considerado experiente. A motivação para entrar sozinho no recinto ainda está sob investigação. "Estamos profundamente abalados. Carlos era um profissional dedicado e amava os animais. Estamos dando todo o suporte à família", completou Silva.
Box explicativo: Leões-africanos
Os leões-africanos (Panthera leo) são grandes felinos carnívoros. Machos podem pesar até 250 kg e são animais territorialistas e imprevisíveis, mesmo quando criados em cativeiro. Ataques a tratadores, embora raros, já foram registrados em diversos países.
Turistas relatam trauma e cena de pânico
O público presente, em pânico, foi rapidamente retirado do local pela equipe do zoológico. "Foi a coisa mais horrível que já vi na minha vida. Os leões pularam nele de uma vez. A gente gritava, mas não havia o que fazer", relatou uma turista que preferiu não se identificar, ainda bastante abalada.
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as circunstâncias exatas da morte. O corpo de Carlos Alberto Mendes foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). O zoológico permanecerá fechado por tempo indeterminado para investigações e revisão completa de todos os protocolos de segurança.
Histórico de segurança e próximos passos
Este é o primeiro incidente fatal envolvendo funcionários no Zoológico Municipal de São Paulo, inaugurado em 1958. A instituição passou por sua última auditoria de segurança há oito meses, sem irregularidades graves apontadas.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente, gestora do local, anunciou a formação de uma comissão especial para revisar todos os procedimentos. "Nossa prioridade absoluta é garantir a segurança de funcionários e visitantes. Não mediremos esforços para entender o que falhou e evitar que uma tragédia como esta se repita", declarou o secretário municipal, João Pedro Almeida.
Os animais envolvidos no ataque permanecerão em observação em seu recinto de contenção. A eutanásia não está sendo considerada, conforme comunicado oficial, pois agiram conforme sua natureza predatória.
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