Kleber Aran Ferreira e Silva, líder da Associação Sociedade Espírita Brasileira Amor Supremo (Sebas), foi condenado a 50 anos, 16 meses e 25 dias de prisão em regime fechado por violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável. A decisão foi proferida pela 1ª Turma da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) no dia 12 de setembro de 2025.
O acórdão do tribunal reconheceu o estupro de vulnerável em caso onde a vítima estava em estado de embriaguez induzida pelo réu, que usava sua posição de líder religioso para coagir mulheres durante supostos "trabalhos espirituais". Além da prisão, Ferreira deverá pagar R$ 50 mil de indenização por danos morais a cada uma das três vítimas identificadas no processo.
Recurso do MP aumentou pena inicial
A condenação atual acolheu recurso do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e aumentou a pena inicial de 20 anos e cinco meses definida em primeira instância pela 4ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Salvador. O MP-BA destacou durante a ação o padrão de manipulação psicológica e espiritual constatado durante a investigação.
O esquema criminal envolvia atrair mulheres em busca de cura espiritual ou orientação emocional para a instituição, onde Ferreira usava sua autoridade para induzir relações sexuais alegando serem necessárias para fornecer "energia sexual" a entidades. As vítimas relatavam ser coagidas a consumir bebidas alcoólicas durante os encontros, aumentando sua vulnerabilidade.
Padrão de abuso de poder confirmado
O TJ-BA destacou no acórdão que as provas apresentadas demonstraram um padrão de abuso de poder e manipulação exercido pelo réu sobre suas vítimas, confirmando a gravidade dos crimes cometidos. A investigação do caso começou em 2020 e envolveu a atuação da 1ª Promotoria de Justiça de Direitos Humanos de Salvador, do Gaeco e do projeto Justiceiras.
Kleber Aran Ferreira foi preso em novembro de 2024 durante um evento público em Salvador, no qual realizava supostas cirurgias espirituais. Durante a instrução, o processo foi acompanhado pela 24ª Promotoria de Justiça Criminal.
Busca pela defesa
O portal iG tentou encontrar o contato da defesa de Kleber Aran, mas não conseguiu. Caso haja posicionamento do líder religioso, a matéria será atualizada. A decisão do tribunal reforça a necessidade de aplicação da pena em regime fechado devido à gravidade dos crimes cometidos.
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