Os 7 drones de combate mais perigosos em operação no mundo atual
Armas não-tripuladas transformam conflitos com precisão letal e custos reduzidos
Os drones de combate revolucionaram a guerra moderna como veículos aéreos não-tripulados capazes de observar, atacar e transportar armamentos. Cerca de 60 forças armadas em todo o mundo já operam essas aeronaves, com Estados Unidos, China, Turquia e Irã dominando o mercado global de fabricação, segundo dados do Hardware.
Estes equipamentos variam desde modelos reutilizáveis de alta tecnologia até drones kamikaze de baixo custo, representando diferentes estratégias militares e capacidades operacionais. Sua utilização em conflitos recentes demonstrou impacto significativo no campo de batalha.
MQ-9 Reaper: O predador norte-americano
Desenvolvido pela General Atomics, o MQ-9 Reaper pode permanecer em voo por mais de 27 horas e é controlado remotamente por equipes da Força Aérea dos EUA a milhares de quilômetros do local de operação. Diferente de drones kamikaze descartáveis, este modelo é reutilizável.
Equipado com mísseis Hellfire, bombas guiadas e sensores avançados, o drone é capaz de eliminar alvos como veículos blindados e instalações fortificadas com alto grau de precisão. Ganhou notoriedade em 2020 ao ser usado no ataque que eliminou Qassem Soleimani, comandante da Guarda Revolucionária do Irã.
Países como Reino Unido, França e Índia incorporaram o Reaper em suas frotas devido ao seu desempenho confiável. O custo estimado por unidade é de US$ 32 milhões (cerca de R$ 172 milhões).
IAI Heron TP: A discrição israelense
Conhecido em Israel como Eitan, o IAI Heron TP opera sem ser detectado por sensores infravermelhos graças à sua baixa emissão de calor. Pode permanecer em voo por mais de 30 horas, observando e coletando dados enquanto aguarda o momento ideal para ação.
Embora Israel não divulgue oficialmente todos os detalhes sobre seu potencial ofensivo, extraoficialmente é considerado um dos UAVs mais avançados do mundo, capaz de lançar mísseis e bombas guiadas com alta precisão. Seu alcance operacional chega a 7.400 quilômetros controlado via satélite.
Caihong: A resposta chinesa
A China desenvolveu a linha Caihong (que significa "Arco-Íris") após perceber que os EUA restringiam a venda do MQ-9 Reaper apenas a aliados estratégicos. O CH-4B é visualmente idêntico ao Reaper mas com custo mais baixo, podendo disparar até seis mísseis em uma única operação.
A versão mais avançada, CH-5, possui o dobro da capacidade bélica e permanece em voo por mais de 30 horas. O modelo conquistou mercados no Oriente Médio e África, sendo utilizado pelo Iraque contra militantes do Estado Islâmico e pela Arábia Saudita no Iêmen.
Bayraktar TB2: O fenômeno turco
O Bayraktar TB2 se tornou um dos drones de combate mais populares do mundo graças à combinação de eficácia e custo acessível. A Turquia acelerou seu desenvolvimento após os EUA negarem a venda do MQ-9 Reaper.
Ganhou reconhecimento em 2020 durante o conflito entre Azerbaijão e Armênia, ao destruir dezenas de veículos blindados e sistemas antiaéreos. Na guerra na Ucrânia, transformou-se em símbolo de resistência contra a Rússia, inspirando até músicas.
Wing Loong II: O concorrente direto
Criado pela China para competir diretamente com o MQ-9 Reaper, o Wing Loong II oferece desempenho semelhante com custo menor. Rapidamente integrou arsenais de países do Oriente Médio, África e Ásia Central.
Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos utilizaram o equipamento no Iêmen, enquanto a Nigéria o empregou no combate a grupos extremistas. O Paquistão assinou grande contrato para produção local do drone.
Mohajer-6: A evolução iraniana
Diferente do Shahed-136 kamikaze, o Mohajer-6 pertence à categoria de drones reutilizáveis, oferecendo vigilância prolongada e ataques de precisão. Desenvolvido pela Qods Aviation Industries, possui design convencional semelhante ao Bayraktar TB2.
Em 2022, passou a ser utilizado pela Rússia na guerra contra a Ucrânia. No mesmo ano, o Irã vendeu o modelo para a Venezuela, que se tornou o primeiro país da América Latina a operar oficialmente um drone de combate.
Shahed-136: O kamikaze de baixo custo
O Shahed-136 é um drone kamikaze equipado com ogiva explosiva de 40 quilos, projetado para voar diretamente contra o alvo até a colisão. Ganhou destaque por ser de baixo custo, fácil produção e difícil interceptação.
Em 2022, a Rússia passou a utilizá-lo em larga escala na Ucrânia, lançando os drones em massa para sobrecarregar defesas inimigas. Em abril de 2024, o Irã recorreu ao modelo em ataque massivo contra Israel. Apelidado de "moto-serra voadora" pelo som do motor, pode ser lançado em grupos para maximizar impacto.
Especialistas apontam que a proliferação de drones de combate continuará transformando doutrinas militares globais, com países buscando desenvolver tanto capacidades defensivas contra essas ameaças quanto ofensivas com tecnologia própria. A acessibilidade crescente desses sistemas representa mudança significativa no equilíbrio de poder em conflitos regionais.
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