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Palmeiras Talipot florescem pela primeira vez após 60 anos no Rio de Janeiro
Ciência e Tecnologia

Palmeiras Talipot florescem pela primeira vez após 60 anos no Rio de Janeiro

Espécie rara, plantada por Burle Marx, vive décadas para um único espetáculo floral antes de morrer.

Redação
Redação

14 de dezembro de 2025 ·

Palmeiras da espécie Talipot, plantadas na década de 1960 pelo renomado arquiteto paisagista Roberto Burle Marx, estão florescendo pela primeira e única vez no Parque do Flamengo e no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O fenômeno, que ocorre próximo ao fim do ciclo de vida da planta, atrai a atenção de turistas e moradores.

A espécie, de nome científico Corypha umbraculifera, é originária do sul da Índia e do Sri Lanka e tem uma expectativa de vida que varia entre 40 e 80 anos. Após décadas de crescimento, a planta produz uma inflorescência gigante com cerca de 25 milhões de pequenas flores brancas, em um evento único que precede sua morte.

Um legado para o futuro

O engenheiro civil Vinicius Vanni, de 42 anos, é o responsável por coletar mudas das palmeiras que estão florindo para garantir a continuidade da espécie nos jardins. "Provavelmente não as verei florescer, mas elas estarão lá para as gerações futuras", afirmou Vanni à reportagem.

As palmeiras foram trazidas juntas da Ásia e cultivadas sob condições idênticas no Brasil. Segundo a bióloga Aline Saavedra, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), isso explica o florescimento simultâneo. "Essa espécie de palmeira nos leva a refletir sobre a temporalidade, pois tem aproximadamente a mesma expectativa de vida que um ser humano", disse Saavedra à AP News, acrescentando que Burle Marx buscava transmitir uma perspectiva poética com seu trabalho.

Espécie não é considerada invasora

Apesar de leis ambientais restringirem a introdução de espécies exóticas, o desenvolvimento lento da Talipot fez com que ela não fosse classificada como invasora no país. Após a floração, a palmeira produz frutos que levam cerca de um ano para amadurecer, e então a planta morre naturalmente.

A bióloga Aline Saavedra espera que o interesse despertado pelo raro evento floral incentive a população a proteger o meio ambiente. O espetáculo natural segue atraindo curiosos para registrar o momento único das palmeiras, que podem atingir até 30 metros de altura durante sua floração.

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