Base aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro tem manifestado apoio público às tarifas impostas por Donald Trump a produtos brasileiros, medida retaliatória que afeta diretamente a economia do país. As sobretaxas, que chegam a 50%, foram anunciadas após críticas de Trump à Justiça brasileira pelo processo eleitoral e investigações envolvendo Bolsonaro.
Contexto das retaliações
O ex-presidente americano classificou como "perseguição política" as ações judiciais contra Bolsonaro e anunciou as tarifas como forma de pressão. A medida impacta principalmente setores como aço, suco de laranja e carnes, que têm os EUA como importante mercado consumidor.
Dados do Ministério da Economia mostram que as exportações brasileiras para os EUA somaram US$ 32,1 bilhões em 2024, com potencial perda de até US$ 16 bilhões com as novas tarifas. "É uma medida desproporcional que vai atingir em cheio nossos produtores", afirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
Reação da base bolsonarista
Nas redes sociais, apoiadores de Bolsonaro têm usado hashtags como #TrumpCerto e #BrasilSoberano para defender as medidas. "Finalmente alguém dando o troco nessa Justiça parcial", escreveu um perfil bolsonarista com 50 mil seguidores. Outros chegaram a postar fotos com camisetas da campanha "Make America Great Again".
Especialistas em relações internacionais alertam para os riscos da posição. "Celebrar medidas que prejudicam o próprio país é um contrassenso patriótico", analisou a professora de Ciência Política da USP, Maria Fernanda Barros. "Isso revela uma leitura ideológica que sobrepõe interesses partidários aos nacionais."
Próximos passos
O governo brasileiro anunciou que recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas. Paralelamente, diplomatas trabalham em negociações bilaterais para reverter a medida. Enquanto isso, setores afetados já preveem redução de postos de trabalho caso as tarifas permaneçam.
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