Câmara suspende Glauber Braga por 6 meses e livra deputado da cassação
Votação apertada define punição após agressão a influenciador do MBL durante sessão tensa no plenário.
A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira (10), a suspensão por seis meses do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), livrando-o da cassação do mandato. A decisão foi tomada após uma sessão longa e tensa, que exigiu a intervenção do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), para conter os ânimos entre parlamentares de direita e esquerda.
Por 226 votos a 220, os deputados aprovaram um destaque de preferência do PSOL que substituía a proposta de cassação pela suspensão temporária. Em seguida, a emenda da suspensão por seis meses sem perda de direitos políticos foi aprovada por 318 votos a favor, 141 contrários e 3 abstenções.
Críticas de Nikolas Ferreira e divisão partidária
Após o desfecho, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou aliados de direita que votaram pela suspensão. "Ver gente de direita com pena de comunista é o ápice da ignorância da guerra política", afirmou em sua conta no X. O parlamentar reiterou posição manifestada no plenário: "Quem não combate é vencido. E cassar um comunista não é vingança, é proteção".
O PL, partido de Nikolas Ferreira, votou majoritariamente pela cassação, com 70 votos contra a suspensão. No entanto, sete deputados da sigla votaram a favor de Glauber Braga: Altineu Côrtes (RJ), Bibo Nunes (RS), Fernando Rodolfo (BA), Helio Lopes (RJ), Icaro Valmir (CE), João Carlos Bacelar (BA) e Pastor Gil (SC).
Contexto do processo e votação
Glauber Braga foi denunciado pelo partido Novo por quebra de decoro parlamentar após expulsar, a chutes e empurrões, o influenciador Gabriel Costenaro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), em 16 de abril de 2024. O deputado alegou que reagiu a provocações do influenciador, que teria ofendido sua mãe, a ex-prefeita de Nova Friburgo (RJ) Saudade Braga, falecida 22 dias após o ocorrido.
O Novo, autor da representação que pedia a cassação, votou em sua maioria contra a suspensão. Em contrapartida, a proposta recebeu apoio majoritário de deputados do PP, Republicanos, União Brasil e MDB. PT, PDT, PSOL, PSB, PCdoB, Solidariedade, Rede e PV votaram em unanimidade pela suspensão.
Desfecho e próximos passos
As três abstenções registradas foram dos deputados Cobalchini (MDB-SC), Ismael (PSD-TO) e Joaquim Passarinho (PL-PA). Na mesma sessão, os deputados votaram contra a cassação do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Com a decisão, Glauber Braga ficará afastado de suas funções parlamentares por seis meses, mas mantém seus direitos políticos e poderá retornar ao exercício do mandato após cumprir a pena.
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