Carlos Bolsonaro renuncia à Câmara do Rio e anuncia candidatura ao Senado por SC

O vereador Carlos Bolsonaro (PL) anunciou, nesta quinta-feira (11), a renúncia ao seu mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Em discurso durante a abertura da sessão, ele declarou que se mudará para Santa Catarina para construir uma candidatura a uma vaga no Senado Federal nas eleições de 2026.

Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, iniciou sua trajetória política como vereador em 2000, aos 17 anos, e conquistou seis reeleições consecutivas. Ele foi o parlamentar mais votado da cidade do Rio em 2016 e novamente em 2024.

Discurso de despedida e novos rumos

Em sua fala, Carlos Bolsonaro afirmou: “Hoje, dia 11 de dezembro de 2025, eu encerro um ciclo que marcou profundamente a minha vida. E faço isso com um sentimento que cabe inteiro em uma palavra: gratidão”. Ele explicou que a mudança para Santa Catarina atende a “um chamado” e representa “a continuidade de uma luta” por liberdade, família e soberania.

O vereador destacou ações de seu mandato, como a criação de um clube de literatura clássica e a instituição do Dia Municipal da Liberdade de Expressão. Ele também se emocionou ao mencionar o pai, Jair Bolsonaro, que cumpre pena de 27 anos e 3 meses na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, condenado por tentativa de golpe de Estado.

“Bolsonaro está preso, mas não está derrotado. Porque derrotado é quem abandona seus princípios. A Justiça, cedo ou tarde, abrirá a porta que querem manter fechada”, declarou Carlos, com a voz embargada.

Desafios na nova disputa

A candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado por Santa Catarina, no entanto, gera atritos dentro do próprio Partido Liberal (PL). Aliados avaliam que sua entrada na disputa pode prejudicar a pré-candidatura da deputada federal Carol de Toni (PL), que conta com o apoio de Michelle Bolsonaro, madrasta de Carlos.

A movimentação política ocorre em um cenário de reconfiguração das forças bolsonaristas no país, com figuras-chave da família buscando novos espaços de atuação após as condenações judiciais do ex-presidente.