Chanucá: festa judaica das luzes começa neste domingo e dura oito dias
Celebração comemora milagre do azeite no Templo de Jerusalém e tem como símbolo o acendimento do candelabro de oito braços.
A celebração judaica de Chanucá, conhecida como Festa das Luzes, tem início neste domingo (14 de dezembro de 2025) e se estende por oito dias, até 22 de dezembro. O feriado, que começa no 25º dia do mês judaico de Kislev, comemora a vitória da luz sobre a escuridão, a preservação do espírito de Israel e a liberdade religiosa.
O principal ritual envolve o acendimento diário da chanuquiá, um candelabro especial com oito braços menores e um central mais alto. A cada noite, uma nova vela é acesa, da direita para a esquerda, até que todas estejam iluminadas no oitavo dia. O momento reúne famílias e a luz tem propósito sagrado, não podendo ser usada para leitura ou trabalho.
Origem histórica e o "milagre da luz"
A tradição remonta ao ano 165 a.C., durante o domínio do rei assírio Antíoco 4º, que impôs a cultura helenística e proibiu práticas judaicas. Um grupo de rebeldes, os macabeus, reconquistou o Templo Sagrado de Jerusalém. Para reconsagrá-lo, era necessário acender a Menorá com azeite puro, mas só foi encontrada uma pequena ânfora com óleo suficiente para um dia.
Segundo a lenda, a chama permaneceu acesa por oito dias, tempo necessário para produzir novo azeite. Esse evento é celebrado como o "milagre da luz" que fundamenta a festividade.
Símbolos, costumes e tradições globais
Além do acendimento das velas, costumes incluem servir comidas fritas em óleo, como sonhos (sufganiyot) e panquecas de batata (latkes), em referência ao milagre. Crianças jogam o pião (dreidl), que traz letras hebraicas formando a frase "Aconteceu um grande milagre".
Grandes chanuquiás são erguidas em locais emblemáticos mundialmente durante o período, incluindo o Portão de Brandemburgo em Berlim, a Casa Branca em Washington, a Praça Vermelha em Moscou e a Avenida Paulista em São Paulo.
Significado contemporâneo e adaptações
Apesar de não estar relatado na Torá e ser considerado um dos feriados judaicos menos importantes em termos religiosos, o Chanucá ganhou relevância cultural, especialmente em países de maioria cristã. A proximidade com o Natal fez com que práticas como a troca de presentes fossem incorporadas por muitas famílias judaicas.
Para comunidades na diáspora, a ênfase na celebração serve também como forma de manter a identidade cultural e fazer com que as crianças não se sintam excluídas durante a temporada de festividades cristãs.
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