Os mercados de câmbio e de capitais no Brasil vivenciaram uma reviravolta nesta quinta-feira (20), com o dólar comercial fechando em alta de 0,50%, cotado a R$ 5,67. Essa alta interrompe uma sequência de sete quedas consecutivas e coincide com um recuo de 0,38% do Ibovespa, que encerrou o pregão em 132.007 pontos, após seis dias de valorização. O movimento, embora faça cócegas na confiança do investidor, é considerado pelos analistas como uma correção saudável dentro das flutuações naturais do mercado.
Emerson Vieira Junior, que atua como chefe da mesa de câmbio da Convexa Investimentos, opinou que a tendência de longo prazo continua sendo de desvalorização do dólar e alta da Bolsa. Segundo ele, “nenhum movimento de alta ou de queda é permanente”, reafirmando a crença na recuperação das ações e na desvalorização da moeda americana em um ciclo mais duradouro.
A resistência observada no mercado brasileiro reflete também decisões recentes sobre política monetária. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro anunciou uma elevação da taxa Selic, que agora está em 14,25%, o que foi interpretado positivamente pelos investidores, reforçando o compromisso do governo com o controle da inflação. Em contrapartida, o Federal Reserve nos Estados Unidos mantém sua taxa de juros entre 4,25% e 4,50%, enquanto declarações do seu presidente Jerome Powell sugerem que o aumento da inflação no país pode ser passageiro. Essa confluência de fatores tem impacto no câmbio e nas bolsas também globalmente.
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