Nos corredores do principal hospital de Damasco, o desespero se torna evidente à medida que muitas mulheres, tomadas pela dor, choram a perda de seus entes queridos. "Onde estão nossos filhos?", pergunta uma delas, refletindo a angústia de milhares que buscam por corpos de familiares desaparecidos durante o regime de Bashar al Assad. A busca é marcada por momentos de desespero e determinação, como é o caso de Yasmine Chabib, que viajou de Idlib à capital síria em busca do pai e do irmão, detidos em 2013. Com pouca esperança de encontrá-los com vida, ela jura não ir embora sem seus corpos.
As cenas no hospital são de cortar o coração. Médicos e familiares lidam com o medo e a incerteza, enquanto um médico questiona a possibilidade de reconhecimento de um corpo específico. Para muitos, a dor é exacerbada pela inevitabilidade da morte; uma mãe, após tocar em corpos de outros, se vê marcada pelo sangue e pela desesperança. A condição dos cadáveres, alguns com sinais de morte recente, apenas comprova a brutalidade enfrentada pelos prisioneiros nas mãos do regime.
Histórias como a de Nabil Hariri, que procura seu irmão desaparecido desde 2014, são comuns entre os que se aglomeram nos centros de detenção e hospitais. Apesar da chegada de novos corpos, a esperança de encontrar seus entes queridos é frequentemente frustrada. O cenário em Damasco é aterrador, com relatos de que locais como Saydnaya servem como verdadeiros “matadouros” humanos. Khaled Hamza, um taxista, reflete sobre a dor coletiva, enquanto milhões de pessoas continuam a buscar respostas, ansiando apenas por saber se seus familiares ainda estão vivos ou mortos.
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