Dez agentes penitenciários são afastados por agressões a detento no RN
Preso por desferir 60 socos na namorada, homem denunciou violência em cela isolada
Dez policiais penais da Cadeia Pública de Ceará-Mirim, na região metropolitana de Natal, foram afastados após decisão judicial. Eles são investigados por sucessivas agressões contra o detento Igor Eduardo Pereira Cabral, preso por tentativa de feminicídio após agredir a namorada com mais de 60 socos.
Os agentes foram realocados para o Complexo Penal Agrícola Dr. Mário Negócio, em Mossoró, no oeste potiguar. A Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) do Rio Grande do Norte confirmou o afastamento temporário "diante da incontestável necessidade do serviço público".
Denúncia de tortura em cela isolada
Igor Cabral denunciou as agressões no início de agosto, após ser transferido para outro presídio. Segundo seu relato, os agentes o colocaram em uma cela isolada onde foi deixado nu e algemado. Sua defesa afirmou que ele sofreu agressões com socos, chutes e spray de pimenta.
Após os relatos, o detento foi levado para uma delegacia para registrar boletim de ocorrência. A SEAP garantiu que "todas as medidas determinadas pelas autoridades estão sendo cumpridas" e que o caso segue em sigilo de justiça.
Crime que chocou o país
Igor Cabral foi preso em 28 de julho, dois dias após ser flagrado por câmeras de segurança agredindo a então namorada, Juliana Garcia, dentro de um elevador em Natal. As imagens mostraram ele desferindo 61 socos no rosto da vítima, que teve ossos da face quebrados e precisou passar por cirurgia de reconstrução facial.
O caso repercutiu nacionalmente e atualmente Igor é réu por tentativa de feminicídio. As investigações sobre as agressões sofridas pelo detento continuam sob responsabilidade da SEAP.
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