O dólar à vista encerrou esta segunda-feira (9) em baixa de 0,13%, cotado a R$ 5,5625, marcando o terceiro pregão consecutivo de recuo. A moeda norte-americana atingiu seus menores patamares desde o início de outubro, acumulando desvalorização de 2,74% em junho e 9,99% no ano.
Medidas fiscais em discussão
No domingo (8), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou medidas para recalibrar as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). As propostas incluem taxação de títulos de renda fixa atualmente isentos, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), aumento da tributação sobre apostas esportivas (bets) e elevação de alíquotas para Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e Juros sobre o Capital Próprio (JCP).
O governo também propôs rever 10% das isenções tributárias infraconstitucionais. Uma nova reunião foi agendada para discutir a redução de gastos primários, conforme acordo com parlamentares.
Impacto nas metas fiscais
Economistas consultados avaliam que as medidas, se aprovadas, podem ajudar o governo a cumprir as metas fiscais até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, alertam que as propostas não resolvem questões estruturais das contas públicas, que podem enfrentar estrangulamento em 2027.
A ausência de propostas imediatas para cortes de gastos gerou reações negativas no mercado. Durante a reunião com líderes parlamentares, o governo apresentou um diagnóstico dos gastos que mais pressionam o Orçamento, destacando Benefício de Prestação Continuada (BPC), Fundeb e fundos de participação de estados e municípios (FPE e FPM).
Próximos passos
Segundo fontes da equipe econômica, os parlamentares demonstraram compreensão sobre a necessidade de discutir soluções estruturais. Os líderes se comprometeram a levar as propostas para suas bases e avaliar quais temas têm potencial para avançar na discussão legislativa.