Washington - Uma polêmica teoria conspiratória chamada "Dark MAGA" vem ganhando espaço nos círculos políticos americanos, sugerindo que Elon Musk e outros bilionários da tecnologia estariam conspirando para minar a liderança de Donald Trump.
O assunto ganhou destaque após Musk publicar e depois deletar uma mensagem em sua rede social X (antigo Twitter) insinuando que o nome de Trump apareceria nos arquivos selados do caso Jeffrey Epstein. A postagem, que rapidamente viralizou, reacendeu especulações sobre as reais intenções do magnata da tecnologia.
Analistas políticos apontam que a teoria "Dark MAGA" surgiu durante a campanha eleitoral de 2024, quando Musk passou a usar um boné preto com a inscrição "Dark MAGA", uma variação do tradicional "Make America Great Again" de Trump. Para os teóricos da conspiração, isso seria um sinal de que Musk estaria infiltrado no movimento trumpista com objetivos ocultos.
O cerne da teoria sugere que um grupo de bilionários do Vale do Silício, incluindo Musk e Peter Thiel, co-fundador do PayPal, estaria trabalhando nos bastidores para substituir Trump por um líder mais alinhado com seus interesses corporativos. O nome mais frequentemente mencionado como possível substituto é o do vice-presidente JD Vance.
A tensão entre os dois magnatas escalou nas últimas semanas após Musk criticar publicamente as políticas econômicas de Trump, alertando que os planos de tarifas do presidente poderiam levar o país a uma recessão. Trump respondeu ameaçando cancelar contratos governamentais com empresas de Musk, incluindo SpaceX e Tesla.
O ex-assessor presidencial Steve Bannon entrou no debate, classificando Musk como um "oligarca tecnológico" que estaria tentando "sequestrar a república". Enquanto isso, o vice-presidente JD Vance tentou acalmar os ânimos, declarando: "Espero que Elon volte para o nosso lado".
Especialistas em política americana destacam que, embora a teoria "Dark MAGA" careça de evidências concretas, ela reflete preocupações reais sobre a crescente influência de bilionários da tecnologia no processo político. O Departamento de Eficiência do Governo (DOGE), criado por Trump e que conta com participação de executivos do setor tecnológico, já promoveu o corte de mais de 250 mil empregos públicos desde o início do novo governo.
Enquanto as acusações continuam a circular, tanto apoiadores de Trump quanto de Musk se digladiam nas redes sociais, transformando o embate em mais um capítulo da turbulenta relação entre política e tecnologia nos Estados Unidos.