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Farmácias aderem à Black Friday com promoções de medicamentos
Saúde e Bem-Estar

Farmácias aderem à Black Friday com promoções de medicamentos

Prática gera críticas de especialistas e alerta sobre riscos da automedicação incentivada por descontos

Redação
Redação

27 de novembro de 2025 ·

Estabelecimentos farmacêuticos estão participando ativamente da Black Friday com promoções que incluem medicamentos, uma prática que especialistas em saúde consideram preocupante. A tendência foi identificada em redes nacionais que utilizam chamadas publicitárias como "BLACK FARMÁCIA" para atrair consumidores.

Segundo o Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), 90% dos brasileiros praticam automedicação em 2024. A combinação desse hábito com descontos progressivos em medicamentos cria um cenário que especialistas classificam como "Black Friday da automedicação".

Riscos sanitários e éticos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já alertou que propagandas de medicamentos possuem limites éticos e legais. "As farmácias insistem porque descobriram que saúde vende tanto quanto perfume", observa Oscar Filho, colunista do iG que identificou o fenômeno.

Muitas redes argumentam que apenas itens de higiene e perfumaria estão em promoção, mas a estratégia serve como isca para que consumidores adquiram também medicamentos controlados durante as compras.

Setores inadequados para promoções

A pesquisa identificou outros segmentos que adotaram práticas similares, incluindo clínicas de psicologia - proibidas pelo Conselho Federal de Psicologia - e clínicas médicas e odontológicas, vedadas pelo CFM e CFO de fazer promoções mercantilistas.

Nos Estados Unidos, clínicas de fertilidade já entraram na onda com descontos em procedimentos de FIV, levando a American Society for Reproductive Medicine a emitir diretrizes éticas sobre a prática.

Contexto regulatório

Escritórios de advocacia também são proibidos pela OAB de oferecer "descontão no divórcio", enquanto funerárias que tentaram promoções de planos funerários receberam críticas da Senacon.

Especialistas alertam que a transformação de necessidades de saúde em oportunidades de consumo impulsivo representa um risco sanitário significativo, especialmente em um país com altos índices de automedicação.

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