Harvard desafia ordem de Trump e mantém matrículas de estrangeiros apesar de sanções

Universidade alega violação de direitos constitucionais e tem US$ 2 bilhões congelados pelo governo americano


A Universidade Harvard anunciou nesta quinta-feira (5) que continuará matriculando estudantes estrangeiros, desafiando a ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump que proíbe a instituição de receber alunos internacionais. Como retaliação, o governo congelou US$ 2 bilhões em recursos destinados à universidade.

A medida presidencial, válida por seis meses, alega que Harvard não forneceu informações suficientes sobre atividades ilegais de estudantes estrangeiros ao Departamento de Segurança Interna (DHS). A universidade rebateu classificando a ação como "retaliação ilegal" e violação da Primeira Emenda.

Confronto jurídico e político

Em comunicado oficial, Harvard afirmou que a ordem de Trump representa "um passo retaliatório ilegal" e prometeu contestá-la judicialmente. A universidade destacou que 25% de seu corpo discente - cerca de 7.000 alunos - é composto por estrangeiros.

O governo americano justificou a ação alegando que Harvard reportou dados "deficientes" sobre apenas três estudantes internacionais, além de ter recebido US$ 150 milhões da China. A universidade nega qualquer irregularidade nas informações prestadas.

Reação internacional e consequências

A China reagiu imediatamente, prometendo "defender firmemente os legítimos direitos" de seus estudantes. O país é a principal origem de alunos internacionais em Harvard, com mais de 1.000 matrículas atualmente.

Paralelamente, o Departamento de Estado suspendeu temporariamente a emissão de vistos de estudo em todos os consulados americanos no mundo. Fontes diplomáticas indicam que o governo avalia incluir análise de redes sociais no processo de concessão.

Esta é a mais recente escalada no conflito entre a administração Trump e a elite acadêmica americana. Na semana passada, a Justiça já havia bloqueado tentativa similar de restringir matrículas de estrangeiros.