Israel intercepta navio com Greta Thunberg e ativistas em águas internacionais

Ação militar ocorreu quando embarcação transportava ajuda humanitária para Gaza; ativistas acusam sequestro


As Forças de Defesa de Israel (IDF) interceptaram neste domingo (9) o iate Madleen, que transportava a ativista sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila em águas internacionais próximas à Faixa de Gaza. A embarcação da Freedom Flotilla Coalition (FFC) levava ajuda humanitária, incluindo arroz e leite em pó para bebês.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, Thunberg afirmou: "Se você vir este vídeo, fomos interceptados e sequestrados pelos militares israelenses". O Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou que os passageiros foram levados "em segurança" para o país e devem retornar a seus países de origem.

Confronto diplomático

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, justificou a ação como necessária para manter o bloqueio naval a Gaza, vigente desde 2007. Em publicação no X, Katz afirmou ter ordenado que as IDF impedissem a chegada da "flotilha de ódio" ao território palestino.

A FFC, que reúne ativistas de sete países, classificou a declaração como "ameaça de uso ilegal da força" e afirmou: "Não seremos intimidados. O mundo está assistindo". A organização alega que o bloqueio viola o direito internacional.

Contexto histórico

Esta é a primeira interceptação de grande repercussão desde o incidente com o navio turco Mavi Marmara em 2010, quando dez ativistas morreram em confronto com tropas israelenses. Desde outubro de 2023, Israel intensificou o bloqueio a Gaza após ataques do Hamas que mataram 1.200 israelenses.

Segundo dados da ONU, a população de Gaza enfrenta grave crise humanitária, com relatos de famílias tendo que escolher entre "morrer de fome ou arriscar a vida para buscar comida", nas palavras do alto comissário Volker Türk.