Justiça dos EUA suspende ordem de Trump que proíbe Harvard de receber estudantes estrangeiros

Decisão judicial temporária evita prejuízos irreparáveis à universidade, que tem mais de 25% de alunos internacionais


Uma juíza federal dos Estados Unidos bloqueou temporariamente a ordem do presidente Donald Trump que impedia a Universidade de Harvard de matricular estudantes estrangeiros. A decisão, tomada nesta quinta-feira (5), suspende os efeitos da proclamação presidencial até o julgamento final do caso.

A juíza Allison Burroughs, do Tribunal Distrital de Massachusetts, concedeu uma ordem de restrição temporária após Harvard alegar que a medida de Trump causaria "prejuízo imediato e irreparável". A universidade possui mais de 5.000 estudantes internacionais, representando mais de 25% de seu corpo discente.

Histórico de disputas judiciais

Esta é a segunda vez que Burroughs intervém em medidas do governo Trump contra Harvard. Em maio, a magistrada já havia bloqueado uma ordem similar que proibia a matrícula de estudantes estrangeiros na instituição.

A Casa Branca classificou Harvard como "um foco de agitadores antiamericanos" e alegou que a universidade não forneceu informações suficientes sobre atividades ilegais de estudantes estrangeiros. A instituição recebeu notificação do Departamento de Segurança Interna (DHS) sobre a possível revogação de sua certificação no Programa Federal de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio.

Impacto imediato e próximos passos

Com a decisão judicial, Harvard mantém temporariamente seu direito de matricular estudantes internacionais. A universidade emitiu comunicado classificando a ação de Trump como "retaliação ilegal" que viola direitos da Primeira Emenda.

O Departamento de Estado havia ordenado a suspensão da emissão de vistos de estudante em todos os consulados americanos. Fontes confirmaram à TV Globo que os processos estão paralisados no Brasil, com a embaixada orientando candidatos a procurarem consulados locais.

Enquanto isso, o governo Trump avalia incluir a análise de redes sociais em todos os pedidos de visto de estudante, segundo informações do site "Politico". O caso deve seguir para julgamento completo nos próximos meses.