Às vésperas da posse do presidente venezuelano Nicolás Maduro, as tensões entre governo e oposição aumentam. Autoridades do país anunciaram uma recompensa de US$ 100 mil por informações que levem à captura de Edmundo González, o opositor que disputou a eleição contra Maduro em 28 de julho de 2024. González, que se encontra exilado na Espanha, já sinalizou a intenção de retornar à Venezuela após passar por uma série de países na América Latina, começando pela Argentina.
A posse de Maduro, agendada para o dia 10 de janeiro, ocorre em um cenário de acusações de fraude eleitoral. A oposição questiona a legitimidade da eleição, uma vez que os dados de votação não foram divulgados, enquanto o governo alega que há uma tentativa de golpe de Estado financiada pelos Estados Unidos. O Corpo de Investigações Penais, Científicas e Criminalísticas (CICPC) divulgou cartazes com a imagem de González, agravando ainda mais a animosidade entre os lados opostos da política venezuelana.
González, que é acusado de diversos crimes, incluindo conspiração e instigação à desobediência das leis, continua a convocar manifestações para a data da posse. Ele afirmou em uma rede social que deseja ver os venezuelanos nas ruas para reivindicar um compromisso com a oposição. Enquanto isso, Maduro também fez convocatórias para mobilizações em apoio ao seu governo. A situação permanece tensa, com a expectativa de que o Brasil, se convidado, enviará sua embaixadora à cerimônia, em meio a atritos diplomáticos entre os dois países.