Menino brasileiro tem dedos amputados após agressão em escola portuguesa
Criança de 10 anos sofria bullying há meses e mãe havia alertado instituição sobre ameaças
Um menino brasileiro de 10 anos teve as pontas de dois dedos decepadas após ser pressionado por outras crianças dentro do banheiro da Escola Básica de Fonte Coberta, em Cinfães, Portugal. O incidente ocorreu em 10 de novembro, mesmo após a mãe ter alertado repetidamente a escola sobre casos de bullying.
A mãe, Nívia Estevam, contou que o filho estava matriculado desde setembro e sofria ofensas racistas como "aprender a falar português direito", além de puxões de cabelo e chutes. Em 5 de novembro, ela enviou foto do pescoço roxo do filho à educadora, que prometeu tomar providências.
Falha na supervisão escolar
No dia do incidente, a criança descia para merendar quando duas crianças fecharam a porta do banheiro para assustá-lo, prendendo sua mão no vão. A professora informou por telefone que era "um acidente" e "não foi tão grave", segundo relato da mãe ao Fantástico.
Após esperar 40 minutos por uma ambulância, Nívia soube da amputação quando um funcionário entregou as pontas dos dedos em uma luva. O hospital confirmou que o quadro era irreversível.
Responsabilidade da instituição
A advogada da família, Catarina Zuccaro, afirmou que a instituição "falhou grandemente" e que pedirá indenização. "A partir do momento que ele atravessa aquela porta, ele é, sim, responsabilidade daquela escola", declarou ao Fantástico.
A escola informou que não dará declarações enquanto o inquérito interno não for concluído. O caso mobilizou autoridades portuguesas e brasileiras.
Repercussão oficial
O ministro da Educação de Portugal, Fernando Alexandre, disse que nem tudo "pode ser visto como brincadeira". O embaixador do Brasil, Raimundo Carreiro, alertou autoridades portuguesas sobre falhas nas primeiras medidas tomadas pela instituição.
Com medo de novas retaliações, Nívia deixou Cinfães e procura uma nova escola para o filho. O caso expõe falhas no sistema de proteção a estudantes estrangeiros em escolas portuguesas.
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