Quando o papa Francisco assumiu o cargo, a Igreja Católica se deparava com um escândalo global de abusos sexuais praticados por membros do clero. Desde então, ele tem tomado medidas para enfrentar essa grave questão, sancionando importantes figuras do clero e exigindo a denúncia obrigatória de abusos. No entanto, vítimas afirmam que mais ações são necessárias para garantir que a Igreja realmente combate este problema sistemático.
Em dezembro de 2014, o papa constituiu uma comissão internacional para recomendar formas eficazes de proteger os menores de abusos. Contudo, a comissão enfrentou controvérsias significativas desde o início, levando à renúncia de representantes, incluindo Marie Collins, uma sobrevivente irlandesa, que criticou a falta de cooperação do Vaticano. Em março de 2023, Hans Zollner, o último membro da comissão, também deixou o cargo, expressando preocupações sobre transparência e responsabilidade dentro da Igreja.
A viagem do papa Francisco ao Chile em janeiro de 2018 marcou um divisor de águas, onde ele inicialmente apoiou um bispo acusado de encobrir abusos, mas mais tarde reconheceu suas falhas. Em 2019, o papa convocou uma cúpula com líderes de diversas conferências episcopais, onde surgiram relatos alarmantes de abusos, e ele prometeu uma “batalha total” contra esse problema. Nos últimos anos, o Vaticano tem se esforçado para implementar mudanças legais, mas a efetividade dessas reformas continua a ser questionada por vítimas e ativistas que exigem uma resposta mais robusta e compromissos mais claros.
Atualmente, o papa Francisco mantém diálogos com sobreviventes e pede perdão publicamente em suas viagens. No entanto, ele ainda é criticado por não enfrentar as causas sistêmicas dos abusos e pela falta de interação com autores de relatórios significativos sobre a questão. Sob crescente pressão, ele renunciou a um estatuto de limitações em 2023, o que pode facilitar futuros processos disciplinares na Igreja.
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