Oscar Filho revela carta de despedida ao pai e detalhes de internações

O humorista, ator e escritor Oscar Filho publicou uma carta de despedida dirigida ao seu pai, Oscar, que faleceu recentemente após uma série de internações hospitalares. A carta, compartilhada em suas redes sociais e publicada como coluna no iG, revela detalhes íntimos dos últimos momentos, do velório e do legado do pai, conhecido por seu humor e simplicidade.

O autor descreve um ano difícil, marcado por nove internações do pai em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), procedimentos de hemodiálise, entubações e tratamentos com antibióticos. A alta hospitalar estava prevista para uma segunda-feira, mas o pai faleceu no domingo, 9 de fevereiro de 2025, surpreendendo a família.

O legado do "Oscarzinho do cartório"

No velório, realizado em Atibaia (SP), Oscar Filho descobriu histórias inéditas sobre o pai. Conhecido na cidade como "Oscarzinho do cartório", ele era o responsável por datilografar escrituras de terrenos há quarenta anos, incluindo as do hospital onde ficou internado. Pessoas que o humorista nunca tinha visto compareceram para relatar atos de bondade, como ajudar a carregar material de construção em seu Fusca azul e inspirar profissionais.

Uma mulher afirmou ao filho: "Seu pai foi o melhor patrão que eu tive". Outra pessoa contou que se tornou advogado por influência do pai de Oscar Filho.

Os últimos momentos e o humor que persistiu

A carta relata momentos de leveza mesmo durante a doença. O pai, mesmo debilitado, brincava com as enfermeiras da UTI, chamando-as de "Flor". Em um episódio de delírio, ele contou ao filho que havia conversado com o humorista Chico Anysio, confundido inicialmente por Oscar Filho com o médium Chico Xavier, o que gerou uma piada entre os dois.

Oscar Filho também revela que mentiu para o pai sobre cancelar shows e adiar projetos para cuidar dele e de suas burocracias em 2024. "Este ano, meu foco foi você", escreve na carta, descrevendo uma inversão de papéis onde ele se tornou o "pai" e o pai, o "filho".

Simplicidade até o fim

A simplicidade do pai foi um tema central. Para o velório, Oscar Filho escolheu vesti-lo com um pijama verde, cor que associou à esperança e ao Palmeiras, time do coração do pai, e com seu boné bege, usado constantemente nos últimos meses. O humorista também conta que, ao comprar um novo chinelo para o pai após perder um na ambulância, escolheu um do Palmeiras, mas também comprou um do Corinthians "só pra sacanear".

A carta termina com uma reflexão sobre o legado. "Existem pessoas assim, que não deixam bens, deixam histórias", escreve Oscar Filho, afirmando sentir que o pai "não se foi de verdade", mas apenas "foi buscar o fusquinha azul" para um próximo passeio.