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PCC adulterou combustíveis em mais de mil postos de 10 estados brasileiros
PCC adulterou combustíveis em mais de mil postos de 10 estados brasileiros
Economia

PCC adulterou combustíveis em mais de mil postos de 10 estados brasileiros

Esquema movimentou R$ 52 bilhões e usou fintechs para lavagem de dinheiro entre 2020 e 2024

Estado24h
Estado24h
29 de agosto de 2025 ·

A Receita Federal identificou que a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) adulterou gasolina e diesel em rede de mais de mil postos de combustíveis espalhados por dez estados brasileiros. A investigação revelou que o esquema movimentou R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024, causando prejuízos ao fisco, consumidores e ao mercado legítimo.

Nesta quinta-feira (28), a Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo deflagraram três operações em oito estados, com mais de 350 alvos. As ações visam combater a fraude tributária e lavagem de dinheiro em grande escala.

Como funcionava o esquema

Segundo auditores federais, a fraude consistia na importação irregular de metanol e nafta, utilizados de forma ilegal na fabricação de combustíveis adulterados nos próprios postos. As distribuidoras ligadas ao PCC operavam com notas fiscais frias e esquemas de sonegação tributária.

Os postos envolvidos localizavam-se em São Paulo, Bahia, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins. Cerca de 140 estabelecimentos não registraram movimentação comercial no período, mas receberam R$ 2 bilhões em notas fiscais simuladas.

Sistema de lavagem de dinheiro

Os investigados utilizavam fintechs como bancos paralelos, aproveitando brechas regulatórias para ocultar o rastro do dinheiro. Uma única instituição movimentou R$ 46 bilhões em quatro anos, recebendo depósitos em espécie que somaram R$ 61 milhões entre 2022 e 2023.

O modelo de "conta-bolsão" permitia a mistura de recursos de diferentes clientes, dificultando a fiscalização. "Possivelmente, essas aquisições simuladas serviram para ocultar o trânsito de valores ilícitos", afirmou a Receita Federal em comunicado.

Investimentos com recursos lavados

Com o dinheiro lavado, a facção investiu em fundos de investimentos, imóveis e grandes empreendimentos. Foram identificados 40 fundos controlados pela organização, com patrimônio de R$ 30 bilhões.

Entre os bens adquiridos estão usinas de álcool, 1.600 caminhões de transporte de combustíveis, fazendas avaliadas em R$ 31 milhões e uma mansão de R$ 13 milhões em Trancoso, na Bahia.

Consequências jurídicas e financeiras

Os auditores federais já autuaram os postos envolvidos em R$ 891 milhões em tributos não pagos. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ingressou com ações de bloqueio de mais de R$ 1 bilhão em bens.

Os envolvidos podem responder por crimes como fraude fiscal, contra a ordem econômica, ambientais, lavagem de dinheiro, adulteração de combustíveis e estelionato. As operações continuam em andamento para desarticular completamente o esquema.

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