Peixe-destroços devora tubarão vivo em raro registro no Atlântico

Uma expedição da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) dos Estados Unidos registrou um wreckfish (Polyprion americanus), conhecido como peixe-destroços, engolindo um tubarão vivo nas profundezas do Oceano Atlântico. O evento raro ocorreu durante exploração do naufrágio SS Bloody Marsh, a aproximadamente 450 metros de profundidade na costa da Carolina do Sul.

As imagens, capturadas por um veículo de operação remota (ROV), mostram o momento em que o peixe-destroços surge e captura um dos tubarões menores que devoravam um peixe-espada de 2,5 metros. A espécie habita áreas pouco acessíveis, como paredões rochosos e embarcações afundadas, sendo raramente observada por humanos.

Comportamento alimentar incomum

Pesquisadores da NOAA consideraram o encontro incomum, pois o peixe-destroços costuma se alimentar de lulas, polvos, crustáceos e outras espécies bentônicas. "Existem relatos documentados de que ele também pode atacar tubarões", explicaram os cientistas da expedição.

O wreckfish é classificado como predador oportunista e pode viver por várias décadas, com alguns indivíduos alcançando entre 80 e 100 anos. Sua distribuição ocorre em águas temperadas e subtropicais do Atlântico, incluindo aparições no Mediterrâneo, América Latina, África do Sul, Nova Zelândia e Austrália.

Espécie em destaque

Em outubro de 2025, a espécie voltou ao noticiário quando foi avistada pela primeira vez na costa do Reino Unido. O pescador esportivo Owen Mates relatou ter perdido uma isca para um exemplar juvenil de 70 a 80 centímetros enquanto tentava atrair tubarões no Atlântico Norte.

Apesar da ampla distribuição, o peixe-destroços está classificado como "quase ameaçado" pela Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). A pesca predatória, especialmente no Mediterrâneo e Atlântico Sul, representa a principal ameaça à conservação da espécie.