Prefeito de Filadélfia bloqueia rodovia para pressionar governo federal
Município decreta estado de calamidade após aumento de 300% no fluxo de caminhões
O prefeito David Bento (Progressistas) determinou o bloqueio total da TO-222 que passa por Filadélfia, no Tocantins, nesta quinta-feira (20). A medida radical visa pressionar o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) a resolver os problemas estruturais causados pelo aumento do tráfego de veículos pesados.
A ação ocorre quase um ano após a queda da ponte na BR-226 que ligava Tocantins e Maranhão, o que transformou Filadélfia em rota alternativa obrigatória. O bloqueio causou filas quilométricas de caminhões em dois pontos: na entrada da cidade e na margem do Rio Tocantins.
Problemas estruturais e decreto de calamidade
Desde agosto, a prefeitura realiza análises técnicas que comprovam o aumento de 300% no fluxo de caminhões e carretas. Em 29 de agosto, o município decretou estado de calamidade pública devido aos danos causados pelo tráfego interestadual redirecionado.
\"Operação tapa-buraco ajuda, mas não resolve o problema\", afirmou o prefeito David Bento em suas redes sociais. O gestor destacou que Filadélfia busca \"o mesmo apoio que as cidades impactadas pela queda da ponte tiveram\".
Danos comprovados por parecer técnico
Um parecer da Defesa Civil do município, elaborado em outubro, identificou danos severos nas avenidas Getúlio Vargas e Marechal Deodoro da Fonseca. O documento técnico apontou que eixos arteriais urbanos apresentam problemas estruturais devido ao fluxo contínuo e saturado de veículos pesados.
As ruas Tocantins, Quintino Bocaiúva, Pedro Ludovico, Pedro Afonso e Beco da Praça do Mercado são usadas como rotas de desvio e áreas de manobra, agravando a situação.
Resposta do DNIT e investimentos
Em nota oficial, o DNIT afirmou que todos os compromissos do Acordo de Cooperação Técnica com o Estado do Tocantins foram cumpridos. A autarquia informou que já investiu mais de R$ 150 milhões na recuperação das rodovias TO-201, TO-126, TO-134 e TO-222.
As intervenções programadas para Carolina (MA) e Filadélfia (TO) incluem remendos superficiais e profundos, seguindo o plano de trabalho estabelecido. O DNIT mantém a operação 24 horas das balsas entre Estreito e Aguiarnópolis.
Protestos e próximos passos
Caminhoneiros afetados pelo bloqueio realizaram protestos durante o dia, reforçando as reivindicações por melhorias na região. O prefeito David Bento afirmou que aguarda \"uma resposta, um sinal do DNIT\" para encerrar a medida.
O município mantém autorização para medidas administrativas excepcionais, incluindo dispensa de licitação e parcelamento de obras, válidas pelo prazo de um ano conforme o decreto de calamidade.
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