Presidente da Alerj Rodrigo Bacellar é preso pela Polícia Federal em operação
Operação Unha e Carne investiga suspeita de vazamento de informações sigilosas de outra ação policial.
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), foi preso nesta quarta-feira (03) pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Unha e Carne. O mandado de prisão preventiva foi cumprido em seu gabinete na Alerj. Bacellar é suspeito de ter vazado informações sigilosas da Operação Zargun, deflagrada em setembro de 2024, que resultou na prisão do deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias (MDB).
Advogado tributarista de 44 anos, Bacellar foi reeleito por unanimidade para o comando da Assembleia Legislativa fluminense no início de 2025, para o biênio 2025-2026. A prisão ocorre em meio a investigações sobre supostas irregularidades no âmbito da operação anterior.
Trajetória política e formação
Nascido em 5 de abril de 1980, em Campos dos Goytacazes (RJ), Rodrigo da Silva Bacellar é filho do político local Marcos Bacellar, que influenciou sua carreira. Sua vida pública começou cedo: aos 14 anos, participou do Grêmio Estudantil do Liceu de Humanidades de Campos e, aos 17, assumiu a presidência do Diretório Acadêmico enquanto cursava Direito na Universidade Estácio de Sá.
Formado pela Faculdade Damásio, é especialista em Direito Constitucional e Administrativo e pós-graduando em Gestão Pública (MBA) pela Universidade Candido Mendes. Antes da política, atuou como assessor da Secretaria-Geral de Planejamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) entre 2007 e 2009 e presidiu a Fundação Estadual do Norte Fluminense (FENORTE) de 2009 a 2011.
Carreira na Assembleia e no Executivo
Eleito deputado estadual pela primeira vez em 2018, pelo Solidariedade, com 26.135 votos, Bacellar rapidamente assumiu posições de destaque na Alerj. Foi vice-presidente das Comissões de Constituição e Justiça e de Orçamento, e atuou como relator do processo de admissibilidade do impeachment do ex-governador Wilson Witzel.
Durante o governo de Cláudio Castro, deixou temporariamente o parlamento para assumir a Secretaria de Governo, retornando à Alerj em abril de 2022. Atualmente filiado ao União Brasil, foi reconduzido à presidência da casa por aclamação dos pares no início deste ano.
Próximos passos e contexto da operação
A Operação Unha e Carne, que levou à sua prisão, segue em sigilo. A PF investiga o suposto vazamento de dados sensíveis que poderiam ter prejudicado a Operação Zargun. Com a prisão preventiva decretada, Bacellar será encaminhado ao sistema carcerário e responderá aos processos na Justiça. A presidência da Alerj deverá ser assumida interinamente pelo vice, conforme o regimento interno da casa, enquanto o caso tramita.
A defesa do parlamentar ainda não se manifestou oficialmente sobre as acusações. A operação evidencia a atuação das forças de segurança em casos de suposto obstrução à Justiça no âmbito do poder legislativo estadual.
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