Procon-SP notifica Enel por demora na volta de energia após apagão na Grande SP

O Procon-SP notificou a Enel nesta quinta-feira (11) para que a empresa detalhe sua estrutura logística de atendimento de campo e apresente seu plano de contingência. A medida ocorre diante do novo apagão que afeta milhões de consumidores na capital e na Região Metropolitana de São Paulo, que estão há mais de 24 horas sem energia elétrica.

Segundo nota do órgão enviada ao Portal iG, a decisão busca esclarecer a real capacidade operacional da concessionária em situações emergenciais. A ação foi motivada por sucessivas queixas de consumidores, que relatam não ver equipes da Enel atuando em número compatível com o divulgado pela empresa.

Contradição entre discurso e realidade

Nos últimos meses, a Enel afirmou publicamente contar com “milhares de equipes de campo” prontas para atuar em interrupções. No entanto, o Procon-SP aponta que as reclamações e imagens de garagens da empresa com veículos parados contradizem essa narrativa. A falta visível de profissionais nas ruas durante o apagão foi um dos fatores que levou ao pedido formal de explicações.

A notificação solicita, entre outros pontos, que a Enel esclareça as medidas voltadas a clientes críticos que dependem de equipamentos de suporte à vida. A concessionária tem um prazo de seis dias para responder às solicitações do órgão de defesa do consumidor.

Direitos do consumidor em caso de prejuízos

O Procon-SP reforçou os procedimentos para consumidores que sofrem com longas interrupções. Em caso de danos como queima de eletrodomésticos ou perda de alimentos, o primeiro passo é registrar a reclamação diretamente com a Enel, incluindo pedido de ressarcimento. É fundamental documentar tudo: números de protocolo, fotos e quaisquer provas dos prejuízos.

Se a concessionária não der uma solução dentro do prazo definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ou apresentar resposta insatisfatória, o caminho é recorrer ao Procon-SP. O órgão poderá notificar a empresa e exigir reparação imediata.

A recusa ou demora injustificada pode gerar multas com base no Código de Defesa do Consumidor. Persistindo a falta de ressarcimento, o consumidor pode levar o caso ao Judiciário para pedir indenização por danos materiais e morais, apresentando notas fiscais, laudos e registros que comprovem os prejuízos.