Protestos em Los Angeles contra prisões de imigrantes deixam 40 detidos e feridos

Manifestações eclodiram após operação do ICE prender 118 imigrantes sem documentos, gerando confrontos com a polícia.


A cidade de Los Angeles vive dias de tensão desde o início de junho, quando uma operação do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) resultou na prisão de 118 imigrantes sem documentação. A ação, que utilizou táticas militares e veículos descaracterizados, desencadeou protestos que se espalharam pela cidade e regiões vizinhas.

Confrontos e intervenção federal

Os manifestantes ocuparam o centro de Los Angeles, próximo à Freeway 101, onde ocorreram atos de vandalismo, incluindo incêndios em carros e pichações em edifícios públicos. A polícia declarou algumas manifestações como "reuniões ilegais", resultando na prisão de 40 pessoas e ferimentos leves em ambos os lados.

Em resposta, o governo federal enviou 2.000 soldados da Guarda Nacional e mobilizou 500 fuzileiros navais para a cidade. O governador da Califórnia e o prefeito de Los Angeles afirmaram não ter solicitado a intervenção, o que pode gerar uma disputa institucional.

Violência e repressão

Embora muitos protestos tenham sido pacíficos, houve registros de vandalismo, incluindo o uso de coquetéis molotov e fogos de artifício. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e balas de borracha. Um dos incidentes mais graves foi o ferimento da jornalista australiana Lauren Tomasi, atingida por um disparo policial enquanto fazia uma reportagem ao vivo.

Contexto histórico e reações

Autoridades locais comparam a situação aos distúrbios de 1992, mas destacam que a escala de violência atual é menor. Grupos de ativistas prometem continuar as manifestações até que as prisões baseadas em status migratório cessem e os militares sejam retirados.

A ONU pediu contenção do conflito, enquanto a Embaixada da Austrália questionou o ferimento de jornalistas, denunciando violações à liberdade de imprensa. Observadores internacionais acompanham a situação, especialmente após os episódios de repressão à mídia.

A cidade permanece em estado de alerta, com bloqueios no trânsito e policiamento intensificado, enquanto a expectativa por novos protestos cresce.