Rússia ameaça guerra nuclear em resposta a possível contraofensiva ucraniana com apoio da OTAN

Assessor de Putin alerta que tentativa de retomar territórios ocupados poderia levar a "consequências de escala global"


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Vladimir Medinski, chefe da delegação russa nas negociações de paz com a Ucrânia, afirmou nesta segunda-feira (9) que uma eventual contraofensiva ucraniana para retomar territórios ocupados poderia resultar em guerra nuclear. O assessor do presidente Vladimir Putin vinculou o risco ao apoio da OTAN a Kiev, que seria interpretado como "escalada direta".

A declaração reforça a retórica nuclear adotada pelo Kremlin desde o início da invasão em fevereiro de 2022. A doutrina militar russa, atualizada em novembro de 2024, autoriza o uso de armas nucleares contra países não nucleares que recebam apoio militar de potências atômicas.

Contexto estratégico

O alerta ocorre quando a Ucrânia utiliza mísseis ocidentais de longo alcance, como os ATACMS (EUA) e Storm Shadow (Reino Unido/França), contra alvos dentro do território russo reconhecido internacionalmente. Em setembro de 2024, Putin classificou esses ataques como "participação direta" da OTAN no conflito.

A Rússia possui 5.977 ogivas nucleares, segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo. O país tem modernizado seu arsenal com sistemas como os mísseis hipersônicos Burevestnik e Sarmat.

Reações e cenário atual

Especialistas internacionais consideram baixa a probabilidade de uso efetivo de armas nucleares, devido aos riscos de contaminação radioativa em áreas próximas à fronteira russa. Enquanto isso, os combates continuam intensos:

• Operação ucraniana: "Teia de Aranha" destruiu 41 aviões militares russos usando drones camuflados

• Retaliação russa: Ataques contra infraestrutura energética, incluindo a usina nuclear de Zaporizhzhia

Impasse diplomático

As negociações mediadas pela Turquia resultaram apenas em acordos pontuais, como a troca de 1.200 prisioneiros de cada lado. A Rússia exige manter 20% do território ucraniano ocupado e veto à entrada da Ucrânia na OTAN - condições rejeitadas por Kiev.