Turistas estrangeiros são alvo de golpe milionário com cigarro eletrônico em Ipanema
Grupo cobrou R$ 10 mil por produto anunciado por R$ 100 e foi preso em flagrante por fraude eletrônica e associação criminosa.
Quatro homens foram presos em flagrante na segunda-feira (1º) por aplicar um golpe de estelionato contra turistas italianos na praia de Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O grupo vendeu cigarros eletrônicos por R$ 100, mas, na hora do pagamento com cartão, tentou cobrar R$ 10 mil. A transação foi bloqueada pelo banco e os suspeitos foram detidos por policiais da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat).
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) obteve a prisão preventiva dos quatro acusados na última terça-feira (2), em audiência na 1ª Vara das Garantias da Capital. Eles responderão pelos crimes de fraude eletrônica, associação criminosa e contrabando. O MPRJ argumentou que a escolha de vítimas estrangeiras, por sua vulnerabilidade, agrava a conduta e prejudica o turismo na cidade.
Prática recorrente contra turistas
O caso em Ipanema não é isolado. O MPRJ destacou em sua manifestação que a prática de golpes contra turistas estrangeiros no Rio tem se tornado cada vez mais comum. A promotoria ressaltou que "o alto valor da vantagem a ser auferida pelos custodiados, bem como o fato de o crime ter sido praticado contra turistas estrangeiros, elevam a gravidade da conduta".
No final de outubro, outro caso chamou a atenção. O influenciador digital canadense Cameron Golinsky, de 35 anos, denunciou ter sido vítima do golpe do "boa noite, Cinderela", também em Ipanema. Em vídeo nas redes sociais, ele relatou que conheceu os agressores em um bar, aceitou um convite para beber e, após consumir pouco álcool, sentiu-se extremamente intoxicado.
Detalhes do golpe e investigação
Segundo o relato de Golinsky, os criminosos roubaram seu dinheiro e telefone. Ele também afirmou que as evidências sugerem que teria sido abusado sexualmente. O caso ocorreu no dia 26 de outubro e ilustra uma modalidade criminosa diferente, mas com o mesmo alvo: turistas estrangeiros em pontos famosos da cidade.
No golpe do cigarro eletrônico, a fraude foi descoberta porque a instituição bancária identificou a transação de valor incomumente alto e a bloqueou. A rápida ação da polícia, que já fazia patrulhamento na região turística, permitiu a prisão em flagrante. Os produtos apreendidos são considerados contrabando, já que a venda de cigarros eletrônicos é proibida no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
As autoridades alertam para a necessidade de turistas estrangeiros redobrarem a atenção com ofertas suspeitas e pagamentos com cartão em locais informais. A Deat segue investigando se o grupo preso está ligado a outros golpes semelhantes na orla carioca.
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