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Agressão a israelense em São Paulo expõe onda de antissemitismo em 2025

Agressão a israelense em São Paulo expõe onda de antissemitismo em 2025

Caso na Vila Madalena e intimidação em universidades paulistanas reeditam cenário de perseguição histórica.

Redação
Redação

3 de dezembro de 2025 ·

Um israelense foi agredido com um soco no olho e ameaçado com uma cadeira por um vendedor ambulante na Vila Madalena, em São Paulo, na semana passada. O ataque, motivado pela nacionalidade da vítima e por ela ter servido ao Exército de Israel, ocorreu em um bar do bairro e quase evoluiu para um linchamento, segundo relato da jornalista Miriam Sanger. O episódio ilustra um clima crescente de hostilidade contra judeus na capital paulista.

Além das ruas, o antissemitismo se manifesta dentro de instituições de ensino superior. Na Universidade de São Paulo (USP) e em uma faculdade centenária da zona Oeste, professores e alunos judeus relatam perseguição, ameaças e isolamento. Mensagens antissemitas são rabiscadas em portas, e piquetes impedem o acesso às salas de aula, com pouca ou nenhuma intervenção das administrações das universidades.

Violência institucionalizada e cerceamento à liberdade de expressão

No dia 17 de novembro, o cientista político André Lajst, presidente executivo da organização StandWithUs, foi impedido de participar de um evento na Faculdade de Direito da USP. A ação foi promovida pelo Centro Acadêmico XI de Agosto, que repudiou publicamente a presença de Lajst por considerá-lo um "notório sionista". Um editorial do jornal *O Estado de S. Paulo* criticou o ato, afirmando que Lajst foi barrado não por suas opiniões, mas por ser um judeu que defende a existência de Israel.

As agressões atuais, conforme analisado no relato, são frequentemente disfarçadas como oposição ao sionismo – movimento que defende o direito à existência de um Estado judeu. Essa retórica, no entanto, tem servido para justificar ataques diretos a indivíduos pela sua identidade ou origem, independentemente de seu posicionamento político sobre o governo israelense ou o conflito em Gaza.

Eco histórico e alerta para o futuro

A historiadora e filha de refugiados alemães que fugiram do nazismo em 1937, entrevistada pela autora, expressou estarrecimento ao vivenciar a reedição de um "capítulo" de antissemitismo em São Paulo. Ela demonstrou temor pela segurança das gerações futuras de sua família. O paralelo com a perseguição na Alemanha dos anos 1930, quando leis arianas segregaram e retiraram direitos dos judeus antes mesmo da Segunda Guerra Mundial, é explicitamente traçado no texto como um alerta sobre as consequências do discurso de ódio quando normalizado.

As instituições de ensino, conforme a análise da matéria, falham em sua missão primordial ao não coibir a violência e o assédio, transformando-se em "criadouros de radicais mal-informados". A omissão das autoridades universitárias em proteger professores e alunos judeus é classificada como uma demonstração de incompetência e uma vergonha.

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