Bolsonaro tentou abrir tornozeleira por temor de escuta, diz aliada
Deputada afirma que ex-presidente usou ferro de solda quente para tentar violar dispositivo eletrônico
O ex-presidente Jair Bolsonaro tentou abrir sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda quente por temer que o dispositivo contivesse um mecanismo de escuta. A informação foi revelada pela deputada federal Bia Kicis (PL), aliada do ex-presidente, através de suas redes sociais neste domingo (23).
Bolsonaro foi preso preventivamente pela Polícia Federal no último sábado (22) após a tentativa de violação do dispositivo e a organização de uma vigília por parte de familiares. O ministro do STF Alexandre de Moraes considerou estas ações como risco à ordem pública em seu despacho.
Justificativa da tentativa
De acordo com a deputada Bia Kicis, Bolsonaro estranhou um barulho na tornozeleira e suspeitou que pudesse haver uma escuta no equipamento. "Ele tentou abrir com um ferro de solda quente", confirmou a parlamentar, acrescentando que o ex-presidente "não tentou tirar, quis abrir para ver o que tinha dentro".
A deputada também mencionou que Bolsonaro está sob efeito de "remédios fortíssimos" e se encontra "abalado física e emocionalmente". Ela destacou que após a PF entrar na casa do ex-presidente e trocar a tornozeleira, ele não negou a tentativa de violação do dispositivo.
Audiência de custódia em andamento
Bolsonaro passa por audiência de custódia neste domingo (23), um dia após sua prisão pela Polícia Federal. O procedimento, que segue as regras do STF implementadas em março de 2023, está sendo realizado de forma remota sem transmissão ao público.
A audiência está sendo conduzida por um juiz auxiliar ligado ao gabinete de Alexandre de Moraes, que também é relator dos inquéritos envolvendo o ex-presidente. Pela legislação, a sessão deve ocorrer em até 24 horas após a prisão.
Próximos passos jurídicos
O ex-presidente terá direito a mais uma defesa, que deverá ser apresentada até segunda-feira (24). Caso seja rejeitada, Bolsonaro começaria a cumprir a pena de condenação inicial de 27 anos e três meses de prisão.
Após a audiência de custódia, o magistrado poderá tomar três decisões: manter a prisão, conceder liberdade provisória com ou sem medidas cautelares, ou relaxar a prisão caso encontre falhas no procedimento.
Deixe seu Comentário
0 Comentários