Eduardo Bolsonaro diz ter "10 anos de gás" após prisão do pai

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) declarou que reagiu à prisão do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com "um minuto de tristeza" e depois ganhou "dez anos de gás" para continuar trabalhando contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As declarações foram feitas em vídeo postado pelo deputado estadual Paulo Mansur (PL), durante encontro dos dois parlamentares no Texas, Estados Unidos.

Contexto da declaração

Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde fevereiro, alegando perseguição política. No vídeo, o parlamentar afirmou: "Por conta de ser meu pai, foi um minuto de tristeza e depois 10 anos de gás para continuar trabalhando. Estou utilizando a revolta e o sentimento de injustiça para levar a justiça e denunciar os abusos de direitos humanos do Moraes".

O deputado também criticou o cenário eleitoral para 2026, afirmando que qualquer candidato à Presidência precisaria ter "a permissão de Moraes" para ser eleito. Ele alertou que, se membros da família Bolsonaro forem impedidos de concorrer, "o Brasil não será mais uma democracia" e as eleições poderiam não ser reconhecidas internacionalmente.

Situação processual

Eduardo Bolsonaro enfrenta sérias consequências jurídicas e parlamentares. A Primeira Turma do STF aceitou por unanimidade denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado, tornando-o réu por coação no processo da trama golpista envolvendo seu pai.

Além disso, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) incluiu o nome do parlamentar na Dívida Ativa da União, a pedido da Câmara dos Deputados, por conta das faltas injustificadas desde agosto, quando terminou seu período de licença parlamentar.

Execução das penas

Na última terça-feira (25), o STF deu por encerrado o processo envolvendo o núcleo 1 da trama golpista e determinou o início do cumprimento das penas. Jair Bolsonaro, um dos réus condenados, iniciou a execução de sua pena de 27 anos e 3 meses em uma cela da Superintendência da Polícia Federal de Brasília, onde já estava em prisão preventiva desde o sábado (22).

As acusações contra Eduardo Bolsonaro incluem defender sanções norte-americanas ao Brasil, como tarifas de exportação, suspensão de vistos de entrada de autoridades brasileiras e aplicação da Lei Magnitsky.