Moradores de prédios residenciais em Israel estão transformando bunkers coletivos em espaços de convivência forçada durante os frequentes alertas de ataques com mísseis balísticos iranianos. Os abrigos, chamados de miklat em hebraico, tornaram-se cenários de adaptação à guerra desde o início dos bombardeios há 10 dias.
Vida compartilhada sob ameaça
Os abrigos típicos possuem cerca de 30 m², paredes de concreto e portas metálicas pesadas - proteção necessária contra os projéteis de uma tonelada lançados pelo Irã. Sem ventilação ou acabamentos, esses espaços abrigam famílias inteiras, incluindo animais de estimação, em horários imprevisíveis, muitas vezes de madrugada.
Miriam Sanger, jornalista brasileira radicada em Israel, descreve cenas recorrentes: "Crianças chegam com tablets nas mãos, algumas assustadas, outras já acostumadas. Nosso cachorro virou o distraidor oficial". Diferentemente dos ataques anteriores do Hamas e Hezbollah, os alertas atuais exigem permanência prolongada nos bunkers.
Mudança nos protocolos de segurança
Após a destruição de usinas nucleares iranianas pelos EUA em 25/05, os moradores passaram a levar documentos importantes e objetos de valor para os abrigos. A possibilidade de destruição total dos edifícios, como ocorreu em outras cidades, tornou-se uma preocupação real.
Enquanto isso, a Defesa Civil israelense emite alertas via SMS quando o perigo passa. Os bunkers públicos, que permaneciam fechados em tempos de paz, agora funcionam como rede de proteção essencial contra os ataques.
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