Fhoresp defende taxação de apostas online para compensar aumento do IOF no turismo

Entidade paulista propõe tributar BETs como alternativa a impacto de alta no imposto sobre operações cambiais


A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) manifestou-se contrariamente ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciado pelo governo federal em 22 de maio. A entidade, que representa 500 mil estabelecimentos, sugeriu a taxação de plataformas de apostas online (BETs) como alternativa para compensar possíveis perdas no setor turístico.

Impacto direto no turismo

O diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto, alertou que a elevação da alíquota para 3,5% em transações internacionais - ante 3,38% para cartões e 1,1% para contas - somada à alta do dólar e euro, pode desestimular o consumo no setor. "O brasileiro terá de enfrentar a alta na taxação do IOF", afirmou Pinto, destacando riscos para o fluxo de turistas estrangeiros.

O decreto presidencial, assinado por Lula e pelo ministro Fernando Haddad, prevê arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026, visando reduzir o endividamento público e alcançar superávit primário de 0,25% do PIB.

Pacote alternativo de arrecadação

Além das BETs, a federação propõe taxar:

Aluguéis por Airbnb

Transações com criptomoedas

Subsídios a grandes empresas

A medida gerou reação no Congresso, com mais de 20 Projetos de Decreto Legislativo apresentados para derrubá-la, inclusive de partidos da base aliada. O presidente da Câmara, Hugo Motta (REPUBLICANOS), deu prazo até 8 de junho para o governo apresentar alternativas.

Ajustes e tensões políticas

Após críticas, o governo restabeleceu em 23 de maio alíquota zero para investimentos de fundos brasileiros no exterior, reduzindo expectativa de arrecadação em R$ 1-2 bilhões. Relatos indicam que o decreto foi aprovado sem consulta ao Banco Central ou análise detalhada pela Casa Civil.

A Fhoresp retomou ainda a defesa da legalização de cassinos em resorts, argumentando potencial de arrecadação e geração de empregos. Enquanto isso, Lula e Haddad preparam pacote alternativo, com reunião marcada para 3 de junho para discutir propostas mantidas em sigilo.