Flávio Bolsonaro acusa Alexandre de Moraes de "negacionismo reverso"
Senador alega que pai não estava lúcido ao tentar remover tornozeleira eletrônica
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) acusou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de praticar "negacionismo reverso" ao não considerar que o ex-presidente Jair Bolsonaro "não estava em si" quando tentou remover sua tornozeleira eletrônica. As declarações foram feitas durante entrevista concedida neste domingo (25).
Segundo o parlamentar, seu pai apresentava "fala completamente alterada, arrastada" no momento da tentativa de remoção do dispositivo. Flávio afirmou que Bolsonaro havia dormido antes, durante e depois do episódio, argumentando que isso comprovaria a falta de consciência das ações.
Contexto do caso
Jair Bolsonaro é investigado no âmbito da Operação Tempus Veritatis, que apura suposta tentativa de golpe de Estado. O ex-presidor está usando tornozeleira eletrônica desde agosto como uma das medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes.
As imagens que mostram a tentativa de remoção do dispositivo foram captadas pelo filho mais novo de Bolsonaro, Nicholas, dentro da residência da família. No vídeo, é possível ver o ex-presidente utilizando um ferro de solda para tentar retirar a tornozeleira.
Laudo técnico contradiz versão
Um laudo pericial encomendado pela defesa de Bolsonaro atestou que o ex-presidente estava lúcido durante a tentativa de remoção do dispositivo. O documento analisou as imagens e concluiu que as ações demonstravam plena consciência dos atos praticados.
O ministro Alexandre de Moraes se baseou neste laudo para manter as medidas cautelares contra o ex-presidente. Em sua decisão, o ministro questionou: "Quem faz isso dormindo? Sonâmbulo técnico em eletrônica?".
Repercussão política
As acusações de "negacionismo reverso" ocorrem em um contexto familiar marcado por posições contrárias a evidências científicas. Durante seu governo, Jair Bolsonaro adotou postura negacionista em relação a vacinas, mudanças climáticas e urnas eletrônicas.
O caso da tornozeleira eletrônica segue em análise no STF, com possibilidade de novas medidas restritivas caso seja comprovado descumprimento das condições impostas ao ex-presidente.
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