Flávio Bolsonaro chama Moraes de negacionista no caso da tornozeleira

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) acusou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de ter se tornado um "negacionista" ao desconsiderar laudos médicos sobre o estado de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro durante o episódio da tornozeleira eletrônica. As declarações foram dadas após reunião fechada com líderes do PL.

Flávio Bolsonaro afirmou que o pai estava dormindo quando agentes da Polícia Federal foram até sua residência para verificar o equipamento e, após a verificação, voltou a dormir. "Isso demonstra que o pai não tinha a intenção de fugir", argumentou o senador, referindo-se a uma das justificativas para a prisão de Bolsonaro no último sábado (22).

Críticas ao vazamento de vídeo

O parlamentar também criticou a divulgação do vídeo que mostra a perna do ex-presidente com a tornozeleira e uma pessoa questionando sobre possível tentativa de avariar o dispositivo. Flávio classificou o vazamento como uma "maldade" e citou diretamente o ministro do STF.

"Eu acho que há um consenso de quem o conhece de que ele (Jair Bolsonaro) está com a fala completamente alterada, arrastada", afirmou o senador sobre o estado do pai no momento do incidente.

Laudo médico desconsiderado

Flávio Bolsonaro destacou que a constatação médica sobre as condições de saúde do ex-presidente foi ignorada por Moraes. "E aí quando vem o laudo médico provando quais eram os remédios que ele tinha tomado, as circunstâncias, e que as consequências médicas são aquelas alegadas, ele não está em condições de saber o que está fazendo", argumentou.

O senador acrescentou: "O Alexandre de Moraes virou um negacionista, negando a ciência agora. Ele simplesmente ignorou as provas que são a favor do presidente Bolsonaro, finge que não vê, ou faz chacota, dizendo que o Bolsonaro tinha consciência do que estava fazendo".

A declaração do senador ocorre no contexto das investigações sobre suposta tentativa de violação do dispositivo eletrônico que monitorava os movimentos do ex-presidente, o que resultou em sua prisão preventiva determinada pelo ministro Alexandre de Moraes.