Flávio Bolsonaro critica prisão do pai e defende anistia para atos de 8 de janeiro
Senador afirma que ex-presidente está em "situação de sequestro" e acusa pressão externa para travar projeto no Congresso.
O senador Flávio Bolsonaro (PL) afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro está sendo tratado "pior do que traficante" em uma "situação de sequestro" na superintendência da Polícia Federal em Brasília. O ex-presidente cumpre prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As declarações foram dadas em entrevista ao podcast Flow News.
Flávio Bolsonaro atacou a atuação do ministro do STF, defendeu um projeto de anistia para os condenados dos atos de 8 de janeiro de 2023 e criticou a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O parlamentar expressou confiança na vitória da centro-direita nas eleições presidenciais de 2026.
Condições da prisão e saúde
O senador descreveu dificuldades para obter informações sobre o estado de saúde do pai, que sofre com refluxo agravado pela facada de 2018. "A gente fica sabendo por um parente da Michele que vai lá levar as refeições [...] a notícia que a gente tem é sempre muito genérica", disse Flávio. Ele criticou as regras de visitação, que permitem encontros de apenas 30 minutos uma vez por semana, comparando a situação a um "cativeiro".
Sobre o episódio em que Jair Bolsonaro tentou remover a tornozeleira eletrônica, o senador afirmou que seu pai estava sob efeito de medicamentos que causaram paranoia e falta de coordenação motora, descartando qualquer tentativa de fuga.
Defesa da anistia e críticas a Moraes
Um dos focos da entrevista foi a defesa do projeto de anistia para os envolvidos nos episódios de 8 de janeiro. Flávio Bolsonaro afirmou que há uma "pressão" externa ao Congresso Nacional para travar a pauta. "Tem claramente um fator externo estranho ao Congresso Nacional que inviabiliza o andamento dessa pauta. A gente tá com dificuldade até de pautar", declarou.
Sem citar nomes diretamente, o senador associou a dificuldade ao ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de "o grande articulador para a gente chegar até esse ponto". Ele sugeriu que a pressão viria "do outro lado da Praça dos Três Poderes", em referência ao STF.
Panorama político e eleições de 2026
Questionado sobre a suposta fragmentação da direita para 2026, com nomes como os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Romeu Zema (Novo-MG), Flávio Bolsonaro minimizou a divergência. Ele afirmou que a palavra final sobre um candidato será de Jair Bolsonaro e expressou confiança na derrota do atual governo. "O Lula não vai ser mais presidente do Brasil em 2027", declarou.
O senador previu uma polarização clara nas próximas eleições. "Aqui tem um lado que é a favor de tratar bandido como bandido... e um lado que tá aqui defendendo ditaduras", afirmou. Ele também rebateu críticas de que sua atuação é mais moderada que a do irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), argumentando que o ex-presidente tem um "local de fala" único.
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