Governo lança programa de R$ 624 milhões para fixar mil doutores no Brasil
Iniciativa oferece bolsas de R$ 13 mil por 48 meses para pesquisadores em universidades e empresas.
O governo federal, por meio de uma parceria entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e as fundações estaduais de amparo à pesquisa (FAPs), lançou o Programa de Apoio à Fixação de Doutores no Brasil (Profix-CB). Com recursos de R$ 624 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o objetivo é conceder cerca de 1.000 bolsas para doutores atuarem no país.
Os processos seletivos serão conduzidos pelas FAPs, que devem manifestar interesse até fevereiro de 2026. A expectativa é que os primeiros editais estaduais sejam lançados a partir de março do próximo ano, com foco em reduzir as assimetrias regionais, especialmente na Amazônia.
Maior iniciativa para fixação de pesquisadores
O presidente do CNPq, Olival Freire Jr., afirmou que o Profix-CB é "a maior ação realizada nos últimos anos voltada à fixação de pesquisadores no país". Segundo ele, o programa é resultado da luta da comunidade científica por mais oportunidades de inserção profissional para doutores formados dentro e fora do Brasil.
Cada bolsa, denominada Conhecimento Brasil, terá valor mensal de R$ 13 mil e duração de 48 meses. Além da bolsa, caberá às FAPs a concessão de auxílios à pesquisa, com valores a serem pactuados com as agências federais. Os selecionados também poderão receber bolsas de mestrado e doutorado da Capes para orientar alunos.
Foco na redução de desigualdades regionais
A presidente da Capes, Denise Pires de Carvalho, vinculou a iniciativa à política do governo de "enfrentar as assimetrias entre e dentro das regiões e valorizar a ciência produzida no país". O programa tem como um de seus pilares a interiorização e a capilaridade da pesquisa científica.
O presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Márcio de Araújo Pereira, destacou que a parceria "demonstra que a capilaridade das FAPs possibilita que a ciência esteja em todos os lugares, de forma mais célere, atingindo objetivos e resultados de que o Brasil precisa".
Próximos passos e implementação
O chamamento público para que as FAPs participem do programa será lançado ainda este ano. Após a adesão, as fundações estaduais terão autonomia para realizar suas próprias chamadas, selecionando os pesquisadores doutores conforme as demandas locais de ciência, tecnologia e inovação.
O modelo de financiamento tripartite (CNPq, Capes e FAPs) busca otimizar a distribuição de recursos e garantir que os pesquisadores fixados tenham suporte financeiro robusto e de longo prazo para desenvolver seus projetos no Brasil.
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