Governo Trump orienta cidadãos americanos a deixarem Venezuela imediatamente
Alerta ocorre em meio à escalada de tensões e suspensão de voos internacionais para o país sul-americano.
O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitiu um alerta oficial nesta quarta-feira (3) orientando todos os cidadãos norte-americanos e residentes permanentes legais nos EUA a deixarem a Venezuela "imediatamente". O comunicado reforça um alerta de viagem anterior e cita riscos como detenção arbitrária, terrorismo e infraestrutura de saúde precária.
A medida ocorre em um contexto de crescente tensão diplomática e militar entre Washington e o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro. A Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA já havia emitido alertas para que companhias aéreas evitassem o espaço aéreo venezuelano, o que levou ao cancelamento de voos e à revogação de licenças de ao menos seis empresas aéreas pelo governo de Maduro.
Risco Consular e Suspensão de Voos
O alerta do Departamento de Estado norte-americano é enfático: "Não viaje para a Venezuela nem permaneça no país". O texto ressalta que, devido ao fechamento da embaixada e do consulado dos EUA no país, o governo americano não pode fornecer serviços consulares ou de emergência a seus cidadãos que lá estejam.
No sábado (29), Donald Trump havia publicado um alerta nas redes sociais dirigido a "companhias aéreas, pilotos, traficantes de drogas e traficantes de pessoas", pedindo que considerassem o espaço aéreo venezuelano "totalmente fechado". Anteriormente, em 21 de novembro, a FAA já havia emitido um comunicado citando o "agravamento da situação de segurança e o aumento da atividade militar".
Resposta Venezuelana e Consequências
Como resposta às suspensões de voos por diversas companhias, o governo de Nicolás Maduro revogou, na quinta-feira (27), as licenças de operação de ao menos seis empresas aéreas. Entre as afetadas estão a portuguesa TAP, a colombiana Avianca, a Turkish Airlines e a brasileira Gol.
O contexto de segurança regional também foi agravado por declarações de Trump. Na terça-feira (2), o presidente americano afirmou que bombardeios terrestres contra alvos ligados ao narcotráfico na América Latina começariam "muito em breve". Desde agosto, forças americanas já atacaram 21 embarcações no Caribe e no Pacífico, em ações que resultaram em 83 mortos.
Contexto Diplomático e Conversa Telefônica
As tensões ocorrem mesmo após um contato direto entre os dois mandatários. Em 21 de novembro, Donald Trump e Nicolás Maduro conversaram por telefone por cerca de 15 minutos. Segundo agências internacionais, Maduro teria expressado disposição para deixar a Venezuela, mas condicionou isso a uma anistia legal total para si e sua família, à remoção de todas as sanções americanas e ao fim de um processo que enfrenta no Tribunal Penal Internacional.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, conhecido crítico do regime de Maduro, também participou da chamada. Fontes indicam que os dois presidentes chegaram a cogitar um encontro nos Estados Unidos.
Próximos Passos e Mobilização Militar
Além do envio de navios de guerra e de um submarino nuclear para a região do Caribe, os Estados Unidos também deslocaram caças, bombardeiros e helicópteros para o sul do mar Caribe. A movimentação reforça a retórica de Trump sobre uma ofensiva mais ampla contra o narcotráfico na região, que agora incluiria ações terrestres.
Com o alerta de evacuação em vigor e sem presença consular no país, a situação para os cidadãos americanos remanescentes na Venezuela torna-se crítica, dependente de canais diplomáticos indiretos ou da assistência de outros países.
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