O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste sábado (7) que o Ministério da Justiça solicite formalmente a extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL) ao governo italiano. A decisão ocorre após a conversão da prisão preventiva em definitiva, após condenação da parlamentar a 10 anos de prisão em regime fechado.
Condenação por fraude no CNJ
Zambelli foi considerada culpada por contratar o hacker Walter Delgatti Neto para inserir documentos falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), incluindo um mandado de prisão forjado contra o próprio Moraes. A Procuradoria-Geral da República (PGR) alegou que o objetivo era criar instabilidade institucional. A sentença, de maio, incluiu multa de R$ 2 milhões por danos morais coletivos.
Medidas judiciais em curso
Moraes notificou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), para oficializar a cassação do mandato - consequência automática da condenação em regime fechado. A deputada deixou o Brasil antes da emissão do mandado e confirmou estar na Itália, onde possui cidadania. "Sou intocável lá", declarou ao canal AuriVerde Brasil.
A Polícia Federal incluiu Zambelli na lista de difusão vermelha da Interpol após decisão de Moraes que determinou também bloqueio de bens, suspensão de salário e verbas parlamentares. Um novo inquérito foi aberto para investigar possíveis crimes de obstrução à Justiça.
Reação da parlamentar
Em nota, Zambelli acusou Moraes de atuar de forma "monocrática" e afirmou que recorrerá a tribunais internacionais. Ela transferiu a titularidade de suas redes sociais para a mãe e anunciou planos eleitorais para 2028. Seus advogados renunciaram ao caso, que agora está com a Defensoria Pública da União.