A NASA divulgou detalhes de sua proposta orçamentária para 2026, que prevê um corte de US$ 6,1 bilhões (25% do total) e o cancelamento de mais de 40 missões científicas. O plano, apresentado sem alarde no site da agência, reduziria o orçamento para US$ 18,8 bilhões - patamar equivalente ao de 1961, considerando a inflação.
Cortes drásticos na força de trabalho
O documento prevê a demissão de 5.538 funcionários (33% do quadro atual), reduzindo de 17.391 para 11.853 servidores civis. As justificativas mencionam apenas "impactos na força de trabalho" e "esforços de reestruturação", sem detalhes sobre quais áreas seriam mais afetadas.
Programas científicos sob risco
O setor de ciências sofreria redução de 47%, caindo para US$ 3,9 bilhões. Entre os projetos cancelados estão:
- Mars Sample Return: missão para trazer amostras de Marte
- Landsat Next: programa de observação terrestre
- MAVEN e Odyssey: orbitadores marcianos
- DAVINCI e VERITAS: missões para Vênus
- Telescópio Chandra: observatório de raios-X em operação desde 1999
Novos investimentos em exploração
Enquanto corta ciência, a NASA propõe US$ 864 milhões para o novo programa "Commercial Moon to Mars", que substituiria o sistema SLS/Orion após a missão Artemis 3. O plano inclui desenvolvimento de traje marciano e satélites de comunicação lunar.
Reações e próximos passos
Casey Dreier, da Planetary Society, classificou os cortes como "o esperado" após divulgação preliminar, mas expressou surpresa com o cancelamento de missões em bom funcionamento como Juno e New Horizons. O orçamento segue para o Congresso, onde já é considerado "morto ao chegar" por ambos os partidos.