ONU cobra Brasil por falhas de segurança e estrutura na COP30 em Belém

A Organização das Nações Unidas (ONU) enviou carta ao governo brasileiro cobrando providências diante de falhas na segurança e problemas estruturais identificados durante a COP30, conferência do clima realizada em Belém. O protesto que marcou o segundo dia do evento reuniu manifestantes de organizações ambientais e movimentos sociais, gerando momentos de tensão com as forças de segurança.

Em resposta, a Casa Civil da Presidência da República afirmou que "todas as solicitações da ONU têm sido atendidas" e que mantém diálogo constante com a organização internacional. O órgão, responsável por coordenar as ações do governo ligadas à COP30, ressaltou que não participou das decisões tomadas pelas forças de segurança pública sobre os protestos.

Medidas implementadas

O governo federal detalhou as ações tomadas após reavaliação conjunta com o UNDSS: ampliação do espaço intermediário entre as Zonas Azul e Verde, ação conjunta da Força Nacional e Polícia Federal nesse espaço, e fortalecimento do perímetro com instalação de gradis, barreiras metálicas e estruturas de contenção adicionais.

Na área estrutural, foram instalados novos aparelhos de ar-condicionado nas tendas e unidades adicionais do modelo sprint nas salas com falhas de climatização. Os vazamentos registrados no Mídia Center e Posto de Saúde 2, causados por rompimento de calhas, já foram reparados com substituição e vedação das estruturas.

Divisão de responsabilidades

A segurança interna da "Blue Zone", área sob controle direto das Nações Unidas dentro da conferência, é de responsabilidade do Departamento das Nações Unidas para Segurança e Proteção (UNDSS). Já as áreas Laranja e Vermelha da COP30 ficam sob responsabilidade dos governos federal e estadual.

Segundo a Casa Civil, todas as questões vêm sendo tratadas diariamente nos pontos de controle realizados em conjunto com a UNFCCC, garantindo a correção contínua de temas inerentes a um evento dessa dimensão.

Contexto do evento

A COP30, que reúne representantes de quase 200 países, segue até o dia 21 de novembro com o objetivo de avançar em compromissos globais de combate às mudanças climáticas e de transição para uma economia de baixo carbono. O evento ocorre em meio a crescentes tensões entre movimentos sociais e autoridades sobre a implementação efetiva dos acordos climáticos.