PF prende Jair Bolsonaro em Brasília por ordem de Alexandre de Moraes
Familiares e aliados classificam prisão como perseguição política e convocam reação
A Polícia Federal prendeu preventivamente o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) na manhã deste sábado (22) em Brasília (DF). A operação foi realizada por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, conforme despacho judicial.
O ex-presidente, que completou 70 anos em março, estava em prisão domiciliar desde agosto deste ano. A decisão de converter a prisão domiciliar em preventiva ocorre em meio a investigações sobre supostos atos antidemocráticos.
Reação imediata de familiares
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) publicou vídeo nas redes sociais defendendo que as ações pela libertação do pai devem começar pela pauta da anistia. "É chegado o momento de colocar a energia máxima e não permitir mais que o Brasil seja o quintal de ditadores", declarou o parlamentar.
Eduardo afirmou que a prisão foi uma manobra para desanimar apoiadores: "O nosso adversário quer que estejamos desesperados. Ele intencionalmente espera que a reação a isso seja um desânimo".
Governadores se manifestam
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), usou as redes sociais para demonstrar indignação. "Tirar um homem de 70 anos da sua casa, desconsiderando seu grave estado de saúde e ignorando todos os apelos [...] além de irresponsável, atenta contra o princípio da dignidade humana", afirmou.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), definiu a prisão como "revanchismo político". Em suas redes sociais, Zema declarou: "Um ex-presidente de 70 anos, já isolado e vigiado 24h por dia, não representa risco algum à sociedade. Isso não é justiça".
Críticas no Senado
O senador Rogério Marinho (PL) emitiu nota afirmando que a prisão "ultrapassa os limites constitucionais e ameaça pilares essenciais do Estado de Direito". O parlamentar classificou a medida como "nitidamente punitiva" e questionou a legalidade da decisão.
Em outra publicação, Marinho criticou o timing da operação: "Prender preventivamente quem já cumpre domiciliar e está debilitado é um abuso que viola a lógica jurídica. Fazer isso num sábado, com o Congresso desmobilizado, revela um viés político claro".
Contexto jurídico
Bolsonaro respondia a processos em liberdade desde agosto, quando teve a prisão preventiva convertida em domiciliar. A nova decisão do ministro Alexandre de Moraes reverte essa situação e determina o cumprimento de pena em regime fechado.
O ex-presidente enfrenta múltiplas ações judiciais, incluindo investigações sobre suposta tentativa de golpe de Estado e atos antidemocráticos. A defesa de Bolsonaro já anunciou que recorrerá da decisão.
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