Economia

PL entra no STF contra aumento do IOF e acusa governo de abuso fiscal

Partido alega que medida tem objetivo arrecadatório e descaracteriza função original do imposto sobre operações financeiras

PL entra no STF contra aumento do IOF e acusa governo de abuso fiscal
Reprodução

O Partido Liberal (PL) ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) decretado pelo governo federal em maio. A legenda argumenta que o reajuste viola a Constituição ao usar instrumento de regulação econômica para fins arrecadatórios.

Detalhes da ação judicial

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7827, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, questiona os Decretos nº 12.466 e nº 12.467 de 22 e 23 de maio. O PL sustenta que as alterações na carga tributária exigiriam aprovação do Congresso Nacional.

As novas alíquotas afetam quatro tipos de operações:

- Concessão de crédito a empresas

- Envio de recursos ao exterior

- Aportes de capital estrangeiro

- Transações no mercado de câmbio

Argumentos do partido

Segundo a legenda, as mudanças descaracterizam a natureza extrafiscal do IOF, transformando-o em mecanismo de arrecadação. "O governo está usando indevidamente um instrumento de política econômica para aumentar receita", afirmou representante do PL.

Embora parte do primeiro decreto tenha sido revogada pelo segundo, o partido mantém que persiste o "vício de origem" na medida. O STF ainda não decidiu sobre o pedido de liminar para suspender os efeitos dos decretos.

Contexto histórico

O IOF foi criado em 1993 como instrumento de regulação do mercado financeiro, com alíquotas variáveis conforme a política econômica. Esta é a primeira vez que seu aumento é questionado no Supremo por suposto desvio de finalidade.

Especialistas consultados pelo G1 divergem sobre o mérito da ação. Enquanto alguns defendem que o governo estaria dentro de suas atribuições, outros apontam risco de precedente para uso de tributos com fins não previstos em lei.

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há 5 minutos

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