Presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, é preso pela Polícia Federal no Rio

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado estadual Rodrigo Bacellar (União Brasil), foi preso na manhã desta quarta-feira (3) pela Polícia Federal. A prisão preventiva foi cumprida durante a Operação Unha e Carne, que investiga o suposto vazamento de informações sigilosas da Operação Zargun.

A Operação Zargun, deflagrada em setembro, resultou na prisão do então deputado estadual TH Joias. Segundo a PF, Bacellar é suspeito de ter vazado dados dessa investigação.

Mandados e contexto da investigação

Além do mandado de prisão preventiva, a operação cumpriu oito mandados de busca e apreensão e um de intimação para medidas cautelares. Todas as ordens judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A corporação informou que a ação integra as investigações determinadas pelo STF no âmbito da ADPF 635/RJ (ADPF das Favelas). A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental determinou que a PF apurasse a atuação de grupos criminosos violentos no estado e suas possíveis conexões com agentes públicos.

Trajetória política de Bacellar

Rodrigo Bacellar, advogado especialista em Direito Constitucional e Administrativo, iniciou sua carreira no serviço público como assessor da Secretaria-Geral de Planejamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE/RJ) entre 2007 e 2009. Posteriormente, presidiu a Fundação Estadual do Norte Fluminense (FENORTE).

Filho do político Marcos Bacellar, de Campos dos Goytacazes, ele se elegeu deputado estadual pela primeira vez em 2018, pelo Solidariedade, com 26.135 votos. Atualmente em seu segundo mandato na Alerj, Bacellar foi reeleito presidente da Casa por unanimidade pelos demais deputados.

Próximos passos e desdobramentos

Com a prisão, Bacellar será encaminhado ao sistema carcerário. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal devem analisar os materiais apreendidos nas buscas para consolidar a acusação. O caso segue sob sigilo determinado pelo STF, que acompanha diretamente as investigações.

A presidência da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro deve ser assumida interinamente pelo vice-presidente da Casa, conforme o regimento interno, até que a situação jurídica de Bacellar seja definida.