O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Minas Gerais está sob risco de paralisação nos próximos dias. Dez consórcios de saúde responsáveis por atender 93,7% do território mineiro (cerca de 800 municípios) emitiram ultimato ao governo federal e estadual, com prazo até terça-feira (8) para negociar solução ao déficit de R$ 56,8 milhões previsto para 2025.
Crise no financiamento tripartite
O modelo de custeio do Samu, dividido entre União, estados e municípios, enfrenta colapso segundo os gestores. Embora o Ministério da Saúde deva arcar com 50% dos recursos, em algumas regiões como o Leste mineiro os repasses mensais ficaram abaixo de R$ 400 mil - valores que cobrem apenas 8% a 40% do previsto.
"Não há condições de manter as operações com esse nível de subfinanciamento", afirmou representante dos consórcios ao jornal O Tempo. O rombo acumulado já supera R$ 20 milhões em 2024.
Dupla pressão por melhorias
Além da crise financeira, cerca de 2 mil condutores socorristas pressionam por reajuste salarial e melhores condições de trabalho. A categoria ameaça aderir à paralisação caso não haja avanços nas negociações.
Em caso de greve, os trabalhadores afirmam que manterão plantões mínimos para atendimentos emergenciais, conforme determina a legislação. A última paralisação do Samu em MG ocorreu em 2022, quando serviços ficaram parcialmente suspensos por 72 horas.
Impacto potencial
O Samu MG realiza em média 15 mil atendimentos mensais, sendo 35% classificados como emergências de alto risco. Municípios com menos de 50 mil habitantes dependem exclusivamente do serviço para transporte de urgência.
O governo estadual informou que está analisando medidas para evitar a paralisação, enquanto o Ministério da Saúde não se manifestou sobre o ultimato até o fechamento desta matéria.
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